31/10/2013

Ele existe, ele vive!


Está na Zara à minha espera, lindo da mamã! Vou ficar um cisnão negro, sem nunca ter dançado mais do que uma aula experimental de ballet. 


30/10/2013

Eu posso estar com um distúrbio alimentar

derivado a andar a postar fotos de comida. Mas esta merece. Farta de ouvir falar, de ler, de ver fotos e também de provar hambúrgueres artesanais - artesãos na hamburgueria? Hum? - hoje fiz os meus. Não fotografei, confesso. Porque teria que fotografar o bocado já mordido, para se perceber o quão extraordinário aquilo estava. 

Só fotografei as batatas que fritei, a acompanhar - com pele, temperadas com sal e orégãos. Eu supero-me. Sou odiosa de tão maravilhosa.


A prometida foto da dica # 11 ;-) - actualizado


A foto não revela o cheiro. Nem o sabor...
E, pensando bem, um resto ao qual foram acrescentados uns pedaços de delícias que nem se desfizeram convenientemente na frigideira, não abona nada em meu favor.
Mas a toalha é bonita...

Nunca mais jogo Pictionary-mímica sem pensar que...

Este tem mesmo que ser visto até à última cena.

Parece que não, mas eu estou sempre muito actualizada

Tanta coisa a acontecer no mundo e eu calada. Depois só parece que me inspiro nos posts de alguém que já falou nos assuntos, ou seja, tutti mundi.

Lou Reed - A sério? Pessoas? As redes sociais não vos andarão a dar a volta ao miolo? As exéquias são tão iguais às do Steve Jobs, que era aquele americano da Apple que ninguém sabia quem era até ao dia em que morreu e hèlas, toda a gente lamentou tanto! Lou Reed era um senhor que tinha 75 anos, cujos anos de glória foram os 80', ou seja, quando vocês estavam todos no berço ou na barriga. Take a walk, men!

Bárbara Guimarães - Eu ainda sou do tempo em que a Bárbara se casou com o Pedro Miguel Ramos (esse mesmo, actual Fernanda Serrano), que era um apresentador merdoso que usava o cabelo azul! Os dois, numa chapel of love qualquer, na República Dominicana, casaram e depois alguém (que eu não estou nada a ver quem possa ter sido), na véspera do casamento com este Manel, avisou, anonimamente, que a noiva já era casada e não podia casar outra vez. Então Manel e Bárbara protagonizaram a maior fantochada de casório que algum dia teve lugar nesta cidade: fizeram copo d'água sem casamento, o que também está bem visto para quem já tinha cabeleireiro e manicure para aquele dia e não para outro. Quanto à actualíssima escandaleira, eu estou com ela. Se bebe, percebo-a. Eu, se fosse a ela, também bebia e ainda mais. Se não bebe, devia beber. Aquilo não é homem que se tenha em casa e com quem se tenha filhos. Só o facto de ele ter tecido estes comentários vinícolas já o prova.

Dois cães, quatro gatos - Assunção perdeu o tino. Dois cães ou quatro gatos é pouco menos do que a actual lei permite (3 cães ou 4 gatos, nunca podendo a soma dar mais que 4 animais). A senhora mete-se numa guerra destas para ganhar o quê? Um cão? Psicose puerperal, manobra de diversão do Governo, falta de roupa no tanque ou fobia canina? Agora a sério, por acaso faz-me medo pensar que o gordo do administrador do condomínio, que deve ter raiva a uma das minhas gatas, possa um dia fazer queixas à Câmara e vir de lá a ramona para ma levar, ai que pesadelo! (Na hipótese de eu ter 5 gatos e não 2, como tenho) Também ainda não percebi como é que se processam as coisas na cabeça da Assunção (olha, porra, com esse nome, também querias o quê?): diz que vem a Câmara e nos leva o animal que está a mais. E qual é o animal que está a mais? É aquele que o gordo do administrador do condomínio detesta, em cada prédio? Volto a perguntar: psicose puerperal, manobra de diversão do Governo, falta de roupa no tanque ou fobia canina? Assunção, nunca amaste verdadeiramente.

Pronto, não me ocorre assim mais nada.

29/10/2013

Dica # 11

Tia Linda P. e suas receitas mega-económicas, que dão para alimentar um regimento de sapadores bombeiros (oi, rapazes de Algés, eu já vos vi a sair do quartel!) a preço por cabeça quase zero.

Numa frigideira botai azeite. Tipo 5 ou 6 colheres. Botai alho. Eu prefiro em pó, para não andar três dias com as unhas a cheirar ao meu professor de matemática do liceu. Assim o equivalente a uma colher de sopa do pó, portanto. Deitai para lá uma embalagem de camarão já cozido. Pronto, udeu-se. Agora tudo a achar que a Tia come camarão e acha tudo uma pechincha. Ide ao Continente e adquiri a embalagem marca é, que traz 60 a 80 camarões (é o que lá diz) e custa 3,90 em euros, tá? 



Também têm este, mais barato (€ 3,19), com mais quantidadezinha, mas menos saboroso e que se empapa como uma Cerelac na frigideira. Ah, e encolhe. Mas a vossa cabeça é o vosso guia. 


Deitai para a mesma frigideira uma embalagem de delícias do mar cortadas aos bocados. Fica ali assim uns 5 minutos, vão mexendo e deitem sal, pimenta e uma mão cheia de coentros, de preferência frescos. Cozam esparguete, escorram-no e metam a maravilha que está na frigideira lá para dentro. Deitem o sumo de meio limão por cima e, se quiserem, mais coentros. Mexam tudo.

Esta quantidade dá na boa para quatro ou cinco pessoas e fica, feitas as contas, por... 

€ 0,70 - 500 gr de esparguete
€ 0,20 - uma mão cheia de coentros
€ 3,90 - camarão
€ 0,93 - delícias do mar
€ 0,17 - meio limão
€ 0,11 - alho em pó
€ 0,52 - azeite

São 6,53. Ora dividam lá por 4 ou 5 comilões e não digam que eu não sou boa.

Eu fiz isto ontem para o jantar e garanto que sonhei que estava a comer outra dose. Talvez meta aqui a foto do manjar, no caso de conseguir segurar-me e ter tempo de tirar a dita.

Ping pong

Uma convida-me para um café. A reza é: o sacana deixou-me, está-se a cagar para os anos todos que estivemos juntos, agora anda com uma puta, ela é tão feia, ele só pode estar enfeitiçado, não sei o que é que ele viu nela.

Outra convida-me para um café. E começa a reza: o sacana deixou-me, está-se a cagar para os anos todos que estivemos juntos, agora anda com uma puta, ela é tão feia, ele só pode estar enfeitiçado, não sei o que é que ele viu nela.

E eu penso assim: e tu, o que é que viste nele? E ele em ti?

Então, digo, muita estúpida: se calhar, viu o que viu em ti há uns anos atrás.

E elas não gostam. 

Estou farta de cafés. Vou passar a mandar vir um bisque-gránde-por-fabuêre, como dizia o outro.

28/10/2013

Sabes que, no fundo, o hades um dia te espera, quando

vais ao centro de saúde da área da tua residência para seres vacinada, chegas lá e constatas que tens seis pessoas à tua frente, todos bebés de um ano de idade, começas a reparar na cadência entra bebé + pai/mãe -> passam 4 minutos de conversa enfermeira-pai/mãe -> o bebé abre o berreiro -> passam 45 segundos -> sai bebé + pai/mãe, e, a partir daí, cada vez que ouves buááááá, pensas "Yes".

Reajuste (de contas)

A vida acerta-se a outro ritmo. Como diz a minha amiga Pat, "reajusta-se". Desde aquele mail Já não fazes cá falta até hoje, basicamente o que mudou foi a perspectiva ocular corredor do supermercado-caixa. Entre a última peça que entra no carrinho e a chegada à caixa, passei a fazer mais contas de cabeça, o que só ajuda a estimular o cérebro, afastando o Alzheimer mais uns anitos. Vejo o copo meio cheio na mesma. Já não ando de metro, todos os dias, duas vezes, meia-hora de cada vez, 12 estações, mil pessoas a invadirem o meu espaço, eu a invadir o espaço de mil pessoas. Já não entro à porta com o coração num susto, a tentar adivinhar se hoje ela está com a macaca e grita por tudo e por nada, ou se vai ser só mais um dia em que se fecha na sala dela e mais vale ignorar que ela existe, numa espécie de moeda de troca. Já era assim há um ano, uma cena tão tóxica que o simples acto de almoçar tinha que ser bem equacionado, não fosse coincidir com alguma hora em que ela estivesse na área, doida para acabar alguma merda que não pudesse esperar dez minutos, ou saísse a correr e batesse e com a porta sem que ninguém percebesse por que é que a porta tinha que pagar tanto mau humor. Já não espero pelo sábado como um náufrago à procura da praia. Já não chego a casa de noite, muitas horas para lá do horário, incapaz de fazer mais do que uma refeição, depenicá-la e afundar-me na cama. Só tenho pena pela minha mula preferida. Andava há um ano a dizer-lhe a mesma coisa: Só tu me prendes aqui. Agora, já nem isso.

E estou muito mais feliz. 

25/10/2013

Momento gay e momento Almodóvar

Está uma pessoa sossegada no recesso do seu lar e aparecem-lhe três matulões à porta. Ai que exagero, dois matulões e o gordo do administrador do condomínio, que me odeia desde que eu o mandei mandar (estão a apanhar a redundância? Mas sim, mandei-o mandar) retirar as motas todas do estacionamento do prédio porque me impediam de manobrar o meu carro convenientemente e o regulamento estava a meu favor. Azar dele.

Vinham para arranjar a campainha. Só os matulões, que o gordo vinha para meter o nariz onde não era chamado. 

Demo-nos logo bem, os matulões e eu. Educados, que isso a mim já me basta. Um tinha uma cara bonita, o outro tinha um piercing no sobrolho, que me irrita - dá-me um frenesi dos bons de arrancar... -, mas um par de olhos azuis que lhe perdoei logo o piercing.

Eu tenho duas gatas, uma boa, mesmo boazona, boazinha, a outra um estupor que eu adoro, arraçada de leão feroz. Eles entram, eu aviso logo: "Cuidado com essa bicha, que ela arranha e morde". O gordo armou-se em esperto e meteu a mão suficientemente perto dos olhos da gata, de modos que foi logo brindado com uma arranhadela. 

Deu-se, então, o momento mais gay que a minha casa algum dia albergou:

- AI! Ferrou-me a unha!

Toda eu vibrava gay-gay-gay quando lhe respondi:

- Se quer um conselho, desinfecte isso.

- Agora é que me diz?

Stop, gordo, a ver se percebo a tua obesa lógica: dizia-te qu-an-do? Ainda eu procurava o fio condutor, já ele sentenciava:

- Então e não vai falar com ela?

Este foi o momento Almodóvar da tarde - habla con ella. 

- Como assim? Bato-lhe?

- Claro!

- Não. Eu nunca bati numa criança, não vou bater na gata. 

A obesidade dele devia estar a atingir-me o tal neurónio, a lógica seria a inversa. Mas ele empochou:

- Pois, acho muito bem, os donos dos gatos e dos cães deixam-nos fazer tudo, morder e arranhar toda a gente e os outros que se lixem.

Era uma ironia. 

- Eu avisei-o, não avisei? Não vou bater na gata, já disse.

Cabrão do gordo, quase nem me deixou trocar um lero com os matulões.

Moral da história? Acho que não tem. É tudo imoralidade.


24/10/2013

Este era daqueles posts que dantes se chamava "Eu também fotografo coisas que vejo e só eu percebo", e este seria o # 54, não fora já me ter fartado desse título


Só para confirmar que hoje estou escatológica, ainda me apareceu esta imagem mal pus os pés na rua. Ao lado do eco, está a sanita. Não se vê bem por ser cor-de-rosa. Mas ela existe, ela vive.

Vou procurar um gif giro para acabar este texto, by the way 

Pure blood

Chumbei. Quis dar sangue e não tinha hemoglobina que chegasse. Primeira pergunta: "É vegetariana?". Logo eu, que adoro uma boa chuleta do boi a escorrer sangue no prato. Logo eu, tão titi, que nos restaurantes provoco o escancarar de boca aos senhores serviçais quando respondo: "Mal passado, em sangue", e só me falta fazer muháháhá, seus bebés!

Foi frustrante. Mas já não é a primeira vez, e isto só dói a primeira. Depois é como cagar para dentro.

À ida para lá, deparei-me com a cidade devastada pelo temporal desta noite. Confesso que não dei por ele, embora à meia-noite ainda andasse pela CRIL e aquilo parecesse uma piscina municipal, mas em bom. Agora de manhã andava a Câmara a recolher ramos de árvores na Av. Brasil. Pois, porque, como todos os loucos saudáveis, eu dou sangue no manicómio.

Ia a ouvir a Radar, que eu ouço a Radar, sou tão alternativa, IOLO, vidaloka, e deparei-me com esta outra versão do Bohemian Rhapsody, mas esta é dos Flaming Lips. Gosto mais, porque gosto sempre mais do lado B. Já em miúda tinha esse problema com os singles de vinil. Esta versão tem um final um bocado paneleirote, não sei explicar porquê - será que o vocalista desafina? Será que foi de propósito? Será que a minha hemoglobina tem hipóteses de aceder a um valor normal se eu me encharcar em beterraba até cagar cor-de-rosa? (Nada que não me tenha já acontecido, por isso chiu). Será que eu hoje estou escatológica? Já é a segunda referência num só post...


23/10/2013

A ressaca 2

Vão cair aqui que nem tordos à procura do filme. 

Dei-me um dia de férias. É a parte boa de já não estar sob o jugo e o chicote cruel daquela capataz que me explorava na senzala. Agora sou dona do meu adorável nariz. 

Passei o dia metida no trânsito, porque fui a mil lugares e a puta da chuva nunca amansou. Para férias, está-se porreiro. Parece que amanhã já repete. Só para ser torta, vou dar sangue.

Hoje acordei a panicar com uma porra que nem o menino Jesus vai acreditar quando eu lhe contar: as vacinas. Aqueles lembretes que o cérebro nos dá (o meu agora é uma ervilha), passados dez anos da última vez, só eu é que tenho dessas? Acordo e digo para os botões do babydoll: "Bom dia... olha, não está na altura de fazer a antitetânica?". Boletim, boletim... falhei por pouco: fez em Fevereiro dez anos a última, estou desde Fevereiro maior e desvacinada. Vou lá na sexta-feira.

Neste momento estou-me a morder porque não fui a uma aula gratuita de kizomba, só porque há jogo lá para aqueles lados e não ia ter onde estacionar, para além de ter que enfrentar o caos e eu hoje estou uma princesa de Gales. Kizomba sim, mas com condições. Não sossego enquanto não souber dançar como deve ser Anselmo Ralph e seu não me toca. Não quero saber de beijos. Em gostando das aulas, ainda me meto na Salsa, que é logo a seguir. 

No fundo estou com a agenda cheia na mesma. Ou ainda não consegui desagendar. Amanhã, sangue. Sexta, tétano. Sábado, impludo sobre mim mesma. Hahaha. 

Outro dia apareceu uma barata na minha casa. Uma barata, não, uma vaca. Aquilo era uma hipopótama. Uma rinoceronta. Ora, vamos supor que eu não vivo sozinha. Mas quem é que veste as calças nesta casa? Calcei uma luva de borracha, agarrei na bicha com a mão da luva e - até acho que fui bruta, que a desgraçada ficou logo sem uma pata - atirei-a para o chão. Depois esmaguei-a. 

Pois, os assuntos não se encadeiam. Isso é bom para quem ainda tem miolos. Não é o caso.

A ressaca

Entreguei ontem o trabalho. A bebedeira era tanta que andava a chatear o povo todo que o meu deadline era no domingo, dia 22, até que alguém mais atento e também impaciente me elucidou que dia 22 era terça-feira. Pronto, senti que ganhei dois dias, mas era gaja para ter perdido dois dias com a confusão, o prazo ser domingo e eu ter feito mal as contas.

Fiz mal as contas também ao orçamento, de maneira que chego à conclusão que não é a trabalhar que vou ficar rica. Já sei que a maior parte da população mundial chegou a esta conclusão para aí no 9º ano, mas eu tive que chegar quase à terceira idade. Uns morrem, outros ficam assim. Também tive que recorrer à ajuda de mais três pessoas, pelo que, na distribuição final do bolo, eu fico quase a arder, que aquilo mais parece um christmas pudding do Allo Allo! Dei trabalho a outras três e sou quem ganha menos, tendo sido quem trabalhou mais. Cada vez que penso nisto, vem-me à cabeça a entrada do Rei Leão - Oh, a vida não é justa, pois não? É que eu... bem, eu nunca serei rei. E tu... não verás a luz de outro dia. Adieu!


Venha o próximo trabalho, pá.

19/10/2013

Oh, Di...

SMS Banca Sapo, pela alta madrugada que são as 10:30 de um sábado (não interessa que este seja um sábado trabuqueiro, é sábado):

EXPR: Procuradoria recusou tres vezes arquivar processos de Angola; CM: Casamento gay: Diogo Infante casa com agente. JN: Dois milhões de familias poupam no IMI; DN: PGR proibe procuradores de falar...

Wait, what? Pára tudo. Volta atrás. Rewind. Frrrr, stop. Diogo Infante o quê?

Já sabia que o meu Diogão gostava de meninos, mas daí a casar... casado, Diogo? O meu Diogo?

Amuei, já não brinco, dói-me a barriga. Banca Sapo, estragaste-me o sábado. Estragaste-me o fim-de-semana. Estragaste-me a vida. 


Pois... é bonito demais... parece um actor de Hollywood, mas em bom.

16/10/2013

Ó meu rico tio, que má hora para morrer!

Parece-me que já é suficientemente claro que eu estou e estarei, até ao próximo domingo, em contra-relógio, a produzir um trabalho homérico para o qual nem sei onde fui buscar forças, apesar de reconhecer que já me dói quase tudo, desde as pontas dos dedos aos ouvidos, passando pelos olhos, pernas, rabo (de estar sentada, no fundo), etc. Acho que só não me dói a cabeça, porque eu sou daquelas bitches a quem nunca dói a cabeça. Nem os dentes, porque idem.

E não é que resolve morrer um tio por afinidade, velhíssimo, ela há coisa de quinze minutos a este post? E que vai ficar uma família inteira na expectativa de ver surgir Linda Porca, sempre linda e às vezes porca, nas exéquias do senhor? A 80 km daqui! Mas oh caraças, se eu já nem me coço por falta de tempo, como é que vou lá "dar um beijinho"? Só se for durante a noite, nas minhas horas de sono, se é que isso existe actualmente.

Vá lá, não dá para adiar os funerais para daqui a dez dias, à imperador japonês? Ou à Papa. 

Acho que vou mandar um postal a avisar da origem nipónica do senhor, a ver se pega. 

15/10/2013

Stalker (ou eu é que sou parva?)

A vendedora do OLX a quem comprei os sapatos há dois posts atrás pediu-me conexão no linkedin. Aposto o meu braço direito - o esquerdo faz-me demasiada falta - em como me foi procurar no facebook para sermos amigas (uóte da faque!?) e não me viu lá. Agora, só tenho uma de duas hipóteses: ou não aceito e passo por antipática, arrogante e mil merdinhas, ou aceito e não faz sentido, é uma vendedora de sapatos de Massamá que veste fato de treino ao domingo e não tem nada de profissional para trocar comigo!

Eu preciso de ajuda, deixei de ter condições psiquiátricas para decidir coisas deste calibre.

Isto está neste pé

Chego a casa e verifico que me esqueci do telemóvel no carro. Largo mala e tralha em casa, agarro nas chaves de casa e saio para ir buscar o telemóvel. Chego ao carro e verifico que me esqueci das chaves do carro em casa. Encontro uma vizinha, que me diz: "Ai, tão linda, logo pela manhã!". Ela queria dizer que o meu vestido é demasiado curto. Eram 13:35 da tarde. Nem sabes o quanto sou Linda. E Porca. Só lhe respondo: "Esqueci-me da cabeça no carro". 

14/10/2013

Ainda não matei ninguém

Embora pareça, depois de ter comido uma romã. 



Já as como debruçada no lava-louça e, mesmo assim, acabo o serviço como o Hannibal Cannibal, com a boca cheia de sangue, depois de ter comido a cara de alguém, muáháháhá. 

O trabalho anda. Não me posso gabar de andar a bom ritmo, mas anda. Tenho os meus momentos em que sou dominada por um ataque de raiva e acho que vou escrever um mail ao cliente a dizer que o computador foi com os porcos e, com ele(s), todos os ficheiros. Depois penso numa coisa mais radical, em que o aviso que parti uma perna e estou de molho nas urgências de um hospital de Lisboa, a soro e algaliada. Também já pensei em mandar dizer que faleci. Mas depois retomo o ritmo a que a besta me obriga e lá vou eu. Hoje passei de um estado panicoso a um estado eufórico em apenas algumas horas. 

Portanto, o meu estado mental degrada-se. Ontem fui a Massamá, seja lá o que isso for, porque comprei uns sapatos a uma senhora na OLX. Eu agora compro na OLX porque não tenho tempo para me coçar e parece mais fácil e rápido. Mas depois saem-me estas bombokas à sorte e vou a Massamá. 

Massamá é giro. Toda a gente, menos eu, anda de fato-de-treino, mesmo que não treine. A vendedora disse-me pelo telefone que estava de fato-de-treino, o que não me facilitou nada a tarefa de a encontrar. Em contrapartida, eu disse-lhe que estava de calças amarelas, pelo que ela me encontrou logo, qual Wally. Gostou tanto de mim que acabei de receber este mail:

Boa D. Linda Porca,
[como se vocês acreditassem que eu me chamo mesmo Linda Porca. E não falta ali nada? Boa? E noite? Magana]
Espero que tenha corrido tudo bem consigo ontem para sair de Massamá. [achou que eu me ia perder. Eu só me perco no percurso Lisboa-Massamá, não Massamá-Lisboa. Mas foi fofa]

Desejo-lhe boa sorte e tudo de bom. [pronto, ok]

Um beijinho grande e espero que corra tudo bem com os sapatos.[corra tudo bem, literalmente? São de salto alto, eu não pretendo...]

Cumprimentos,
Vendedora da OLX [eu preservo a identidade dos outros, não vou agora dizer que a senhora se chama Ana Maria Lopes]

11/10/2013

Penso que estou a enlouquecer

Acho eu. Metida numa empreitada gigante, que só me lembra aquela onda da Nazaré mais o gajo que a surfou, só que em eu e o meu trabalho. Hoje foi o quarto dia de quinze que tenho, e agora ou surfo a onda ou parto a espinha, tal e qual como... como é que se chama o gajo? Nigel qualquer coisa, não é? Os gajos que fazem merdas em grande com a natureza parece que se chamam sempre Nigel. Eu estou assim.
 
E sou aquela Porca Linda que ali vai no meio da vaga, para quem ainda não entendeu.


Passo os dias - mesmo. Desde as 8:30 até agora, ou até há meia-hora - a ouvir umas gravações que são compostas por muitos ruídos e eu tenho que discernir as vozes e o que as pessoas lá ao fundo, algumas delas metidas num bidon, outras com o microfone enfiado no recto, dizem. E também tossem. E arrastam cadeiras. Depois deito-me, à noite, e ouço os ruídos das cadeiras a arrastar toda a noite. Também sonho com o mar e ondas gigantes. Lá está, a Nazaré. Às 5 da manhã acordo em pânico porque me enganei numa caganita, e nada me explica como é que o meu cérebro, neste momento esponjiforme, é capaz de receber esta mensagem de si mesmo a meio do sono. De manhã constato que era verdade, que me tinha mesmo enganado na caganita e pânico mais um nico só de imaginar se não me terei também enganado em alguma poia, em alguma bosta, em algum jerrican de excrementos, mas que, dado o seu tamanho, não terá capacidades para enviar a mensagem ao esponji.
 
Enfim, tudo lutas interiores - e acho que exteriores, eu vejo-me emagrecer. Eu vejo - de uma pessoa já muito perturbada. Acredito que alguns torturados da PIDE e, quiçá, o pipol de Guantánamo, não sofreram agruras deste calibre. Eu é que sei o que é privação do sono e confusão mental, seus meninos!

10/10/2013

Eu queria dizer uma coisa bonita

mas estou tão cansada que o neurónio sobrevivo grita-me "cama! cama!", o tarado.
 
Mas é que ontem ou anteontem ouvi ou li - lá está, o último sobrevivente não me deixa fixar se foi ontem, anteontem, se li ou se ouvi, e reparem agora na frase, que eu não sei - uma frase tão bonita, que dizia mais ou menos isto: Nunca amaste a sério se nunca amaste um animal. Ou seria Só sabes o que é amar a sério quando amas um animal? Enfim, não que concorde a 100 %, mas também não estou em condições mentais de discutir isso. Há outros seres vivos que nos despoletam a cavilha e nos transformam em uma boa bomba.
 
Eu hoje estou um bocado pet lover. A gata foi operada a semana passada e ainda não tirou o vestidinho. Diz que é para evitar o funil. Diz que é para evitar que ela esgatanhe a incisão. Mas ela é tão boa, mas tão boazinha, não merece esta maldade. Mudou totalmente de personalidade desde que lhe puseram o body: anda triste, só dorme - ehhh, pois. Mais ainda -, parece mesmo que entrou em depressão. No sábado vai tirar o coletinho de forças, minha menina. Eu amo-a, por isso já devo saber o que é amar a sério.
 
 
Ela não é zarolha nem tem um olho maior do que o outro. Mas pisca um olho, à gaja boa.

09/10/2013

Vou hibernar

Foi-me dado um trabalho daqueles que a pessoa não pode recusar, quanto mais não seja porque tem que comer, mas que também sabe que não poderá cumprir e já não pode voltar atrás, sabem? Daqueles em que já passámos todos os prazos... enfim, não é verdade. O prazo é dia 22 que vem, mas eu não terei o trabalho acabado nem a 22 de Novembro, quanto mais.
 
Nunca como hoje a frase "Quando subires uma montanha, nunca olhes para cima" me fez tanto sentido. Cada vez que olho para o que ainda falta, só me apetece deitar para o chão a espernear e a vomitar.
 
Ontem, na minha boa ronha de trabalhadora por conta própria, liguei a televisão ao acordar e dei logo com isto:



Sim, estão dois RR na palavra "honra". É da Querida Júlia, seja lá o que isso for. Começar assim o dia, para uma histérica do português como eu, nem a calmantes, quanto mais com dois cafés, que é como eu começo. Chipa penico.

06/10/2013

Mas onde é que eu me vim meter?

Cada vez mais frequentemente pronuncio esta frase, nem que seja mentalmente. No curto espaço de 17 horas, pronunciei-a, pelo menos três vezes, por três motivos diferentes. Note-se que, dessas 17, passei 8 a dormir, pelo que - acho eu que - em sonhos não devo ter passado por nenhuma situação de "Tirem-me daqui!"

Sit 1 - Meti-me na Feira da Cosmética, lá para a Expo. Para esquecer. Desorganizado, confuso, estranho, claustrofóbico, exageradamente voltado para profissionais (a menos que uma pessoa queira comprar uma máquina de lipocavitação - wtf? - por 700 ou 800 euros, para ter em casa). Metade dos stands eram de unhas e nail art, que é uma porra que me ultrapassa. O gel, o gelinho, as postiças, quadros e aguarelas metidos nas unhas, o forno, o ultrabrilho, as mil e quinhentas cores e tons, o baço, o opaco, o brilhante, so-co-rro. Levei duas meninas, uma delas quis pôr uma rasta na cabeça, eu não concordo, mas quem sou eu? Ela é nova e gira, pode fazer o que lhe apetecer, vai sempre ficar nova e gira;

Sit 2 - Ocorria não sei que corrida de bicicletas - da EDP, acho - lá para os mesmos lados, pelo que não havia lugares para estacionar, a não ser no piso - 3 do Vasco da Gama. Aí vai disto, que para baixo tudo bem. Para cima, comecei a suar logo no - 3, porque já sabia o que me esperava. Com o parque cheio daquela maneira, a saída ia ser uma sauna de chumbo e fumos. Do - 3 para o - 2, sem história, do - 2 para o - 1, idem. No - 1, depois de passar as cancelas, começa a rampa de saída que, não bastante ser inclinada, ainda é em curva e às escuras. E estava cheia de carros, pelo que há que embraiar e bem. O meu boi é um maricas que só embraia muito cá em cima, pelo que é preciso ser muito rápida a passar do travão ao acelerador sem ele descair ou ir abaixo. Eu usei o travão de mão, mas o cabrão foi-se abaixo na mesma. Eu suei. Devo ter chegado a rezar. Todos os carros que estavam à minha frente desapareceram, e todos os que estavam atrás de mim temeram que eu os esmagasse. Um apitou. Apeteceu-me chorar. Aquilo só descaía e não andava. Até que o acelerei à gajo de Chelas e aquilo subiu a rampa de uma só vez, embora ache que metade da embraiagem faleceu naquele bocado. Que se lixe, atingi a superfície;

Sit 3 - Hoje de manhã fui correr. Acho que não vou desenvolver este tema. Tudo me grita que volte para a dança. 

05/10/2013

Hoje é aquele feriado

que já não é feriado, pela primeira vez. Para o ano, calha num domingo. Daqui a dois anos - quando o 5 de Outubro calhar numa segunda-feira - já terão ocorrido outras legislativas, provavelmente outras cabeças ditarão o regresso do feriado. 


Isto é, partindo do princípio que o Governo que suspendeu os feriados é o mesmo que irá rever a suspensão.

É o chamado tiro no pé, politicamente falando. 

04/10/2013

Não trabalhar na Baixa é...

deixar de, em poucas semanas, reconhecer alguns cenários como "nossos" e fazer a triagem perfeita entre aquilo que nos faz mesmo falta e o que nunca devia ter feito parte da nossa vida.

Hoje almocei na Baixa.

Sentia uma falta imensa da minha companheira de sala, na mina onde trabalhámos juntas uns bons anos; sentia falta - e nem me tinha apercebido - das paneleiras da Baixa. Aquilo é um guetto, uma curva do roteiro gay; sentia falta do sol e do calor, que a Baixa tem um micro-clima, talvez da proximidade do rio, das árvores da avenida, de tudo junto ou só da posição do sol; sentia falta do Noori, embora haja outros uptown, mas que não são a mesma coisa. Ainda assim, não me soube tão bem como quando ia lá em pausa de almoço. Até o paladar se altera, quando as coisas deixam de ser um bocadinho nossas; sentia falta da Rituals, que também tem outras cá para cima, mas a do Chiado tem as minhas empregadas mais queridas, que me dão chá a provar e me recomendam datas para lá voltar e receber brindinhos que eu adoro.

Não sentia falta nenhuma, e nunca consegui adaptar-me, aos sem-abrigo, mesmo àqueles que me tratavam bem. Há um tipo de miséria, mais ou menos voluntária e auto-inflingida, à qual não me habituo e chamem-me lá cagona, mas não dá; não sentia, nem sinto, falta nenhuma da mina, propriamente dita, e de todo o seu recheio: desde a capataz às mulas, dispenso tudo, passando pelo estagiário dos olhos lânguidos e pelo outro que não tinha pêlos no peito, mas, em compensação, tinha uma cremalheira fora da boca de dar dó; não sentia falta da confusão, dos carros a apitar, as ambulâncias a passar, as mendigas romenas sentadas no chão, os empregados de loja a soprar piropos parvos (ai o crime...), a biodiversidade da Loja do Cidadão, o cheiro a chichi ao longo dos passeios, muito em particular em quase todos os vãos de portas - que são a habitação de alguém, com cartões no chão, todos urinados, que será a casa-de-banho, e agora se calhar calava-me, que já me estão ali a chamar cagona outra vez, ou serão as minhas vozes?

03/10/2013

Arranjei a solução

para o que me afligia aqui:

É dizer, em resposta a convites em que já sei que vou ficar a fazer psicanálise à borla: 

- Fofona, ainda bem que me convidas. A minha vida está uma merda e eu preciso de desabafar.

Ou então:

- Ai, não me digas que perdeste aqueles dez quilos que te estavam alojados nas coxas e agora queres mostrar às migas todas! Ó mulher, tem cuidado, olha que já não vais para nova e isso pode afectar-te as coronárias!

Ou, em desespero de causa:

- Emprestas-me dinheiro?

Outro dia experimentei a primeira versão, via sms, e já não recebi resposta, sequer. Não percebo estas telecomunicações.

02/10/2013

Vai acabar por se notar

que eu continuo a morrer de saudades das minhas aulas de dança. 


Trago isto em repeat, não só na cabeça. E este videoclip é adorável (quando, ao início, ele lhe diz "Morre!"). A letra é uma choradeira maravilhosa. Grande Anselmo. 

No meio da estrada, eu até corro riscos de vida só para isto:


01/10/2013

Eu tenho problemas com doidos # 9

Caixa Geral de Depósitos. Aquele local que faz a fecundação entre o centro de saúde da área da sua residência e o seu banco. A pessoa entra, tira a senha no tira-vez (é assim que se diz no norte, carago! Tira-biez) e senta-se. Tem mesmo que se sentar, pois tem escassas três pessoas à sua frente, o que é coisa para demorar, vá, vinte minutos. O atendimento é quase expresso, dá pouco mais que seis minutos a cada um, é justo. Quem vai à Caixa não pode ir com pressa. Isso não existe assim que se transpõem aqueles vidros e se é possuída à bruta por aquele ar condicionado, sempre aos 16º. De boa carnadura, aguento.

Vem do balcão um senhor de idade, a cambalear, e baloiça-se entre as duas cadeiras que estão ao lado da minha, acabando por optar pela que fica mesmo ao meu lado. Não percebi se já tinha sido atendido e foi ali descansar, se estava à espera de vez - não sei que vez, porque eu fui atendida antes dele e ele já lá estava - ou só a passar a manhã, tal e qual os idosíssimos fazem no centro de saúde. Na SAP, como eles dizem. 

Sem eu ter aberto a boca, sem eu ter perguntado coisa nenhuma, olhou-me olho-no-olho e contou-me a história inteirinha do AVC que teve há poucos meses. 

Depois chegou a minha vez, levantei-me, sorri-lhe ainda naquela minha incredulidade do costume, "é para os apanhados", "tenho cara de padre", "tenho cara de psiquiatra", "tenho cara de parva" e desejei-lhe as melhoras. 

Fiquei a saber tudo sobre AVCs, ok?

A dieta dos 31 dias

Eu queria ser mais magra.

Então, comprei o livro da dieta que vi que resultou na minha cabeleireira - ou, enfim, naquela pessoa que me deita as unhas à cabeça uma vez por ano, já que eu consigo ser mais resistente à peluquera do que ao dentista, mal comparando.

Ia convencida que o livro se chamava "A dieta dos 30 dias" e senti-me levemente enganada quando lhe peguei, na FNAC. Parecendo que não, mais um dia faz toda a diferença e eu tenho pressa. Ainda na capa, segunda desilusão: "EMAGREÇA 3 A 5 QUILOS (MULHER)". Eu queria mais. Mesmo os 5 quilos não me parece que façam grande diferença no meu aspecto geral. Sinto-me muito gorda. Mas trouxe o livro na mesma, argumentando comigo mesma que "Agora 5, mais logo outros 5". 

Deito-me na cama a ler, para traçar um plano de dieta. 

Salto para a página 49. Começo por fazer o cálculo do índice de massa corporal e dá-me 21,25. Refaço o cálculo e dá-me a mesma coisa. A tabela diz: IMC - [entre] 18,5 - 24,9 - Peso normal.

Espera. Refaço o cálculo. 21,25. Há qualquer coisa que não bate certo e não deve ser dentro da minha cabeça. 

Página 50 - "(...) o meu conselho é sempre para que aponte para um IMC 22,5 (...)".

Ah, espera aí. Umas linhas abaixo, o cálculo do peso ideal:

Peso ideal: (altura x altura) x IMC [adaptado por mim, no livro está um exemplo].

Faço as contas duas vezes outra vez. Tenho, exactamente, 0,024 Kgs a mais. Ou seja, 24 gramas. 

Corto o cabelo? 

Ou os pulsos?

Vou devolver o livro, no fundo.


Dúvidas existenciais que também assaltam quem já anda cá há muitos anos

Por que é que, de cada vez que uma delas me telefona e me diz uma estupidez deste género "Miga, temos que ir tomar um café juntas", na minha mente surge de imediato um "Cara***, mais uma que tem o psi de férias"?