Encontrei esta colectânea quase ao preço da uva urinona, numa base de levas 3 e só pagas 2. Ou era ao contrário? Pois, não sei, mas sei que o difícil foi escolher, pois faltam-me quase todos e, se os quiser possuir, ou me apresso e aproveito quando eles se apreçam desta maneira, ou nunca os terei, porque parece que eles se publicam como as silvas, a uma velocidade que a minha carteira não acompanha, qual inflação desenfreada.
Fui pela calada da noite, que é quando gosto mais da Feira. Evitam-se as multidões de carrinhos, famílias unidas que marcham compactas nos corredores, onde se inclui, invariavelmente, a pessoa que anda a passos de gueixa, os fumadores do cigarro quase rente a toda eu, e os abusadores que desconhecem o significado de perímetro mínimo.
Posso afirmar que fiz uma entrada mais ou menos triunfal na Feira, porque surgi pela floresta que a ladeia, tendo descido a rampa relvada, que é a pique, até ao passeio, sem um único deslize. Era tê-lo tido e já entrava de gatas na Feira, o que nada seria de estranhar em se tratando de mim, mas acontece que acho que já estou um bocadinho mais crescida. Aquela descida com a sandalete do meu coração teria sido para os anais. (Da História da Feira.) Deu-se que tive um ataque de inteligência antes de ir, reprimi quase a vergastadas a minha indómita vontade de estrear as super-sandálias-2016, e calcei a sabrina balalaica.
Mal havia entrado, apercebo-me da palestra de uma pessoa importante e conhecida, que eu não sei quem é, mas que proferia o seguinte discurso:
- Nós vivemos rodeados de influências, diariamente influímo-nos uns aos outros.
Fui querida, porque passei por ele e o meu Tourette exclamou: "influenciamo-nos". Vá que segui caminho, antes que o palestrante amostrasse o seu desagrado pela minha gentil correcção.
Vou voltar à Feira, especialmente porque ainda não choveu. E diz a tradição que Feira do Livro sem chuva, não é Feira. Quero trazer mais livros da colecção de poesia que ilustrei acima. De qualquer forma, deixei lá, à minha espera, um livro sobre mamíferos a um preço de mamas, e também quero outro saco do Fernando Pessoa, que este ano é azul turquesa, e dá-me uma jeiteira quando vou aos brócolos. Aí, sim, atinjo o pináculo da intelectualidade, eu a sair da mercearia e a passar pelo Avelino com o meu saco do poeta, num enorme desassossego.
Isso faz-se? Mandar com brócolos ao Pessoa, pá, francamente!!!
ResponderEliminarBeijocas, Lindona :)
Olha, tivesse-os ele comido mais, e não teria andado a derivar por hetero não sei quantos!
EliminarBeijocas, Maryou :)
Sim senhora, isso é todo um outro nível, pessoa para ir aos brócolos;)
ResponderEliminarAliás, Pessoa para ir aos brócolos! :)
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