25/06/2016

colo

Já foi há uma semana, mas ainda dói. O tempo não é médico, nem sempre sara, às vezes parece a mezinha infalível que quase nos mata da cura.
Fui sozinha, à procura de colo, a querer brincar às filhas únicas que nunca fui. Estava mesmo sedenta e faminta, e pareceu-me a ocasião perfeita, não fora estar tudo tão imperfeito que só eu não vi antes de ver à chegada.
Encontrei o meu colo indisponível e perdido, e então dei o meu, perdida que fiquei de o ver assim.
A vida é demasiado estúpida quando se põe com ironias e sem metáforas.
Às vezes, apetece-me fumar um triste cigarro, tamanha é a sede, tão grande é a fome. 
Era capaz de não me matar tão lentamente.



12 comentários:

  1. Anónimo25/6/16

    Com todo o respeito, LB, recordo o que o outro disse: "é a vida".
    Beijinho e bom fim de semana.

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  2. Resta o consolo de acreditar que quem dá também recebe.

    Um abraço apertado, querida Blue

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    1. Já não há outro, querida Miss Smile.

      Outro, com beijinhos

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  3. Minha Linda,

    Vem nadar mais vezes, sabes tão bem que deslizar dentro de água nos ajuda a lavar a alma.

    Beijos. Shark

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    1. Meu Shark (permite-mo),

      Ninguém melhor do que tu sabe o quanto isso é verdade. Estou a caminho do mar, como sempre.

      Beijos,
      Bleue

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  4. A infância vem
    pé ante pé
    sobe as escadas
    e bate à porta

    – Quem é?
    – É a mãe morta
    – São coisas passadas
    – Não é ninguém

    Tantas vozes fora de nós!
    E se somos nós quem está lá fora
    e bate à porta? E se nos fomos embora?
    E se ficámos sós?

    Manuel Antonio Pina


    um abraço, linda Blue.

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    1. Que poema maravilhoso, flor. Não conhecia e gosto tanto. Obrigada, linda.
      Já não fiquei tão só.

      Outro para ti, com beijinhos de mim

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  5. Daqui segue um colo, nunca seria tão doce mas é um colo.
    Um beijo

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    1. Tão bom, tão bem intencionado, é dulcíssimo, de certeza.
      Obrigada, querida.
      Um beijo para ti

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  6. Se como eu, tomasses um dose cavalar de comprimidos e bebida, acordasses com um tubo enfiado pila acima e a fazer carvão ias como eu pensar «um tiro nos cornos é que é». Desculpa o humor negro mas é a minha forma de lidar com este tipo de dramas, que também os tenho.

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    1. Acho que teria que nascer outra vez, ou muitas vezes, para que esse cenário que descreves fosse possível comigo.

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