Canso-me de repetir as mesmas balelas. Mas repito, porque isto de se ser velho é melhor ainda do que se ser burro: a pessoa (a malta, como dizem os outros) encrava ali num assunto, e depois é um pim-pim-pim de dar gosto ao dedo, teclas afora. Assim estou eu. Acho, sem certezas, que ainda não cheguei a burra, embora ache também que daria uma burrinha mesmo ólraite, hi-hón.
Pá, não me digam olá, assim à bucha, sem me conhecerem de lado nenhum, que me põem a cabeça em girândolas e o pescoço em twister, à procura da pessoa — que não eu — que quiseram cumprimentar com o tal olá. Ou ter-me-ão a olhar-vos fixamente, à procura, na minha memória de Dory, de onde genitais vos conheço. Mas é que vasculho tudo até à escola primária, e não já até ao jardim de infância, porque, desse, lembro-me quase só de ter entalado a mão na porta da sala de actividades (não havia cá alvarás, nem mariqueiras dessas, e a p. da maçaneta estava colada à frincha, o que me valeu uma unha fora, que ainda hoje me dói-dói) e também de um gafanhoto ter pousado na saia de uma miúda, e de eu ter ficado a olhar para aquilo, fascinada (o bicho, a saia era azul escura, de pregas), até ela ter tido um ataque de guinchos e me ter estragado a paisagem, a parva, que ainda hoje não lhe perdoei (espero que se tenha ido tratar dos nervos).
Imaginem a seguinte circunstância: vou a entrar no shopping mais eu, que é o Atrium Saldanha: iluminado, pequeno e grande, espaçoso, clean, chique e giro. Eu sou assim, iluminada e tudo. À entrada, junto a um daqueles mini-stands que são uma espécie de praga que o Barclays inventou, está uma senhora, que me estende a mão, enquanto diz
Olá, minha senhora.
Olá, minha senhora, com o pormenor da manita estendida, pode ter sido a coisa mais tola que uma desconhecida me disse em toda a vida. Só estou aqui a registar, porque imagino que nunca mais ouvirei nada tão desconexo, impróprio, descabido, descontextualizado e semanticamente absurdo.
Bastas vezes cumprimento com um olá.
ResponderEliminarSe não serve, azar!
Um "olá, minha linda!" não ficava bem, é?
Fá-lo as bastas vezes que te aprouver.
EliminarMas já sabes que, comigo, é a confusão mental. Diz-me "Olá, minha linda!" e terás a minha simpatia para todo o sempre.
Olá, minha linda!
EliminarUhhhh, tens-me a simpatia forever and ever!
Eliminarhttp://24.media.tumblr.com/tumblr_m7p921YaYE1rb5tn7o1_500.gif
Essa malta é uma praga. Sim, é o trabalho deles, mas tenho tolerância zero p eles. Pronto, já disse.
ResponderEliminarCompletamente. E zero postura. Dizia-me "Boa tarde, minha senhora", ou "Olá, 'tá boa?" (se quisesse ver-me mesmo surpreendida-irritada), mas não me estendia a mão. Mas que raio.
EliminarPara a próxima, estendo-lhe a minha mão, e pergunto: "E a senhora, como está, passou bem?", antes de seguir marcha. Juro que faço. Ontem apanhou-me foi de surpresa.
Tenho uma resposta engatilhada que dou enquanto ando, segura, sempre em frente: Obrigada, já tenho!
ResponderEliminarSe continuam a seguir-me e perguntam se estou satisfeita, digo que sim, que estou satisfeitíssima.
Eu também costumo dizer isso, ou digo um absurdo, assim: "Olhe, vou só ali ter com a minha mãe, já aqui volto. Não saia daí" :D
EliminarMas esta apanhou-me de caras.
Beijinhos, Maria :)
Uma vez disse a um q estava desempregada, parecia q eu tinha ficado com lepra assim do nada, juro-vos.
EliminarBoa, excelente. É já o próximo.
Eliminar(Parece que, agora, há mais. Devem querer aproveitar as férias, Lisboa está cheia de turistas, nacionais e estrangeiros)
Cumprimento muitas vezes com um "Olá" e sinceramente não entendo qu l o grande problema com este rápido cumprimento. É educado, está tudo bem então.
ResponderEliminarNós os Poetugueses somos tão "coisinhas" por vezes, mas enfim...
Os tipos da Barclays não suporto, esses não, é o trabalho deles mas é um exagero, abusam. Quer pessoalmente ou por telefone.
Eu também cumprimento quase sempre com um olá.
EliminarVamos lá a ver: cumprimento pessoas que conheço e, designadamente, dentro da minha faixa etária ou para baixo. Não digo olá a velhinhos (por respeito), nem olá a desconhecidos (por descabimento).
"Olá, minha senhora", é só um repelente de clientes. Ou dizia "Olá, está boa?", informalmente, para estabelecer uma intimidade (arriscando-se a que o possível cliente não a desejasse), ou "Boa tarde, minha senhora". Não vejo onde está o "coisinho" disto.