27/06/2015

Era o que faltava

Pensam elas que, porque já fizeram dezoito anos um dia, uma pessoa tem que ficar calada. 
Pensam elas que já mandam no seu nariz, feito por mim (eu sei que a meias com o pai delas, chiu).
Pensam elas que, uma vez que cresceram, eu deixei de poder dar opinião acerca de, basicamente, tudo.
Pensam elas que eu as vejo metidas numa actividade física, com um nome ridículo do estilo crossfit (até podia chamar-se Anabela, que ia ser sempre mau), à torreira de 30 graus, debaixo de um sol cancerígeno, a elevar pesos, a fazer flexões, a subir escadas e a dar saltos, e devo fazer ámen e achar tudo excelente para a saúde.
Pensam elas que eu também cresci e deixei de me passar dos cornos cada vez que as vejo correr perigo. Nem que seja porque uma melga as mordeu. (Caramba, a única vez que me atirei a um cão furioso, foi porque ele se ia atirar a uma delas.)
Pensam elas que eu ganhei um filtro, que não me permite dizer alto e bom som, "Mas que estupidez vem a ser esta?".
Pensam elas que algum dia uma pessoa deixa de ser mãe.
Pensam elas que nunca vão ser mães.

Porra, isto não é uma poesia. É a realidade, nua e crua, suada e irritada, a dos murros em pontas de facas, que doem tanto, e parecem nunca entortar a FDP da faca. 

4 comentários:

  1. Oh, LP. Mãe que é mãe é assim. E deverá ser sempre.

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    1. Oh, Pandy, logo tu, capaz de entender isto... :)
      É isso, e não confundir controlo com protecção...

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    2. Isso é o fundamental!

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    3. És tão crescida, querida. Estás pronta para teres os teus ♥

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