Vocês, não sei, mas eu sofro, quando lavo o cabelo, no Verão. Aquilo que deveria ser um momento refrescante, transforma-se numa tortura, que ai de mim que aos sequestradores lhes passe pela cabeça (deles, não minha), se algum dia eu for raptada. É molharem-me o cabelo sucessivamente, e têm-me a telefonar à minha família, de mote próprio, a gastar do meu tarifário, para os ameaçar que faço greve de fogão caso não paguem o meu resgate.
Molho a trunfa, pois não conheço outro método para a lavar — a não ser o do champô seco, ao qual aderi aos 11 anos quando, e por esta ordem, 1. estava com gripe, 2. no dia seguinte já ia às aulas, 3. a minha mãe me proibia de lavar o cabelo, e 4. eu ainda lhe obedecia (depois saiu uma variável desta equação e passei a lavá-lo, mesmo com febre) —, dizia eu, que não há mais métodos para lavar a piruk, que não seja molhando-a, e agora já me perdi no texto, cá reler isto, a ver se ainda continuo ou mando esta coisa para o coisinho que tem um caixotinho do lixo, que até se regala.
Ah. Lavo o cabelo e ele leva, exactamente, o dobro do tempo a secar do que leva no Inverno. Mal as peles da minha cabeça sentem a água molhada (quais redundância, quais carapuça, eu sei o que estou a dizer), desatam numa suadeira de dar gosto a qualquer halterofilista, ainda na fase em que assenta aquela coisa no alinhamento ombros-garganta. Depois forma-se ali um ciclo vicioso, cabeça-molhada-água-cabeça-molhada-suor, que uma coisa leva à outra e, quanto mais suo, mais a cabeça fica molhada, quanto mais molhada fica a cabeça, mais suo, que eu juro que não sei como é que não se me apodrece o cabelo, ou, pelo menos, não cheiro a mofo da cabeça (ou acho eu que não).
O esforço físico que este processo implica é de tal modo desgastante, que tenho a certeza que emagreço da cabeça, nos dias em que a lavo, no Verão. E isso, naturalmente, encolhe-me as ideias, mirra-me os pensamentos, faz com que só diga e escreva tontices.
Eu hoje lavei o cabelo.
Cabelos são apenas um dos muitos itens a que uma mulher tem de dar atenção. Reparo que o "item" em questão - piruk, caso tenha lido bem- é dificil de "domar" pois resolve atuar, perdão suar, sem ninguém lhe solicitar tal desmando, e revela assim ter a mania das grandezas; não lhe basta a água que recebe, também quer contribuir com produção interna. Por aqui me fico, antes que eu própria comece também a suar, neste caso do local onde antes tinha neurónios...(emigraram, e não é mito urbano!!!)
ResponderEliminarBeijinhos e boa noite, LP,
Mia
Nada fácil de domar, nem externa, nem internamente, e ainda sujeito a reacções químicas, que mais parecem físicas. Uma tormenta dos cabos.
EliminarBoa noite, Mia.
Beijinho :)
Eu sei a solução!
ResponderEliminarBasta vir morar para o Porto....excepto se tivermos com temperaturas de Verão como aconteceu neste fim-de-semana...
Mas o Porto tem outro inconveniente capilar, digamos assim: a humidade põe-me o cabelo todo no ar, pareço a Choné, mas acabada de tirar os rolos da cabeça :)
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