12/06/2015

Fui a Carnide comer peixe

Quando quiser comer carne, vou a Peixide.
(chiu, a piada é boa, só não é carne nem é peixe)

Eu sou a que devora cardumes, por alturas da sardinha. A sardinha, tal como a mulher portuguesa, quer-se pequenina e gordinha, lá diz o ditado. Consequência do facto de não gostar de mulheres, pelo menos em termos gastronómicos, preferi, como sempre prefiro, as sardas pequeninas, ou sardinhas. Acho-as amorosas, ali tristinhas, com aquela expressão facial ai-vou-morrer, todas antagónicas de mim, nem pequenina, nem gordinha, nem ares de ai-que-estou-quase, pelo menos por enquanto. Ia na gula de bater o meu próprio recorde pessoal e peixeiral, que são nove de uma assentada, sentada, que é para não cair para os lados, nem para a frente, nem para trás. Como uma pessoa se engana, até mesmo quando só está a preparar a consumação de um pecado capital! Mas, lá está: eu vivo na capital, sete colinas, sete pecados, sete saias se encantaram, e isto, parecendo que não, está tudo interligado.

Já agora, fui também para assistir à entrega da taça de campeãs nacionais ao clube. Minhas ricas meninas. Minha rica menina. 
Estou sempre a esfregar a barriga de contentamento. Dela saíram tantas pessoas boas.



Pronto, e puseram-me a jantar neste local.
(Eu sei que a porta tem um alarme)

Desrecomendo. Péssimas sardazinhas, bem podiam metê-las no buraco mais escuro que encontrassem. Murchas, ex-congeladas, secas, sensaboronas, des-saborosas.

Quando me perguntaram o que achava da sardinha — tratada no singular — respondi (no plural):

Estão mortas.

Puxa, ninguém entende as minhas metáforas. Mortas, significava aquilo tudo junto, numa só palavra. A cerveja não morre? Não fica choca, como as galinhas poedeiras? Pois, as minhas sardinhas estavam mortas. Por conseguinte, só comi seis, pois já me sentia um nico antropofágica.

Nunca mais lá volto, àquele local. Não fui lá feliz, piscicolamente falando. 

12 comentários:

  1. Saíram pessoas boas e entraram sardinhas más
    O balanço é positivíssimo!

    Beijo, LP. :)

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    1. Olha... bem pensado :)
      Afinal, Carnide sempre me deu uma alegria maior do que a desilusão do peixe!

      Beijo, Maria Eu :)

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  2. Comer sardinha irrita-me por causa das espinhas. Não como. Mas um belo Robalo ou Dourada marcham :P

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    1. Comigo, marcha tudo, só não me meto a marchante :P
      Engulo espinhas e tudo, um sucesso. Sou um santo bico, ou lá como é que se diz :P

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    2. Come pão para não ficares com elas entaladas. As espinhas, claro :P

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    3. Não, que isso enche, e depois não me cabem cá as sardinhas :P
      Não sabes, mas uma vez uma espinha espetou-se-me na amígdala, tive que a arrancar à pinça, qual pêlo invisível. Mais valia ter feito uma amigdalectomia :P

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    4. Os perigos de comer sardinha. Podes ficar com coisas espetadas na amigdala :P

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    5. Depois tenho que andar de boca aberta na rua :P

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  3. Ui...conheço essa porta.!!

    Em Carnide há sardinhas boas , tens de procurar é outra porta ....e há pessoas boas sim! :)

    Bom fim de semana LP! ;)

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    1. Há, pois. Eu comi lá boas sardinhas o ano passado, e há dois anos. Este pode não ser um bom ano, as que comi em Coimbra também estavam secas.
      Pessoas boas, há muitas, com certeza :) (a começar e a acabar naquela equipa de meninas vencedoras :))

      Obrigada, Sorriso. Bom fim de semana para ti também :)

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    2. Sim, as meninas vencedoras, são uma das razões da magia de Carnide..;) )

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    3. Agora e para sempre, que nunca mais nos calaremos com o assunto. Elas merecem, trabalharam arduamente todo o ano ;)

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