Ou Fernando Pessoa baixou um dia em mim.
Ou sou uma heterónima involuntária.
Ou o próprio, reencarnado, por uma uniquinha vez.
Ou ainda ele mesmo, em ortónima?
Enquanto não deslindo este mistério, passo a explicar: é que ouvi isto uma vez e não sei onde, mas sei que saiu da boca dele.
Não encontro a fonte em lado nenhum, pelo que já começo a imaginar se a fonte é hetero ou orto.
E disse-me ele assim:
Ame-me.
E, se não puder amar-me, finja.
Mas finja tão completamente
que eu não perceba que é fingimento
o que deveras sente por mim.
...mais ou menos isto ;)
ResponderEliminarAUTOPSICOGRAFIA
O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Por isso mesmo, só pode ter saído da boca dele ;)
EliminarNem a minha mente retorcida seria capaz de criar uma "colagem" quase tão fiel assim.
Adorei! :)
ResponderEliminarObrigada, Boneca :)
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