20/02/2015

Tolhi-me de cultura, ao nível da doença mental

Toda a vida lidei com a doença mental de perto, por via da profissão da minha mãe. Hoje fui ver uma exposição sobre o assunto, denominada Loucamente.

A exposição não me trouxe grandes novidades na compreensão da doença mental, mas não é, por isso, menos interessante. Ou seja, aquilo que eu sabia, confirmei: que quase todas as doenças mentais são orgânicas, o que é bastante redutor se quisermos estudar o funcionamento do cérebro. Porque, se sabemos, à partida, que aquela pessoa tem aquele comportamento porque tem uma área do cérebro comprometida por doença ou acidente, a pesquisa pára ali. Já não há nada para compreender, desde o momento em que uma coisa é causa da outra. Muito diferente é estudar ou tentar perceber o comportamento, os medos, as euforias, os sonhos de uma pessoa sem doença psiquiátrica. Ela não está condicionada por nada que a tenha afectado, só é assim por questões genéticas, educacionais, culturais, às vezes geográficas, etc. Aí sim, o estudo dos meandros do cérebro deve ser fascinante. 

O que é que determina que duas pessoas, educadas pelo mesmo pai e pela mesma mãe, na mesma casa, na mesma época histórica, com acesso aos mesmos estímulos intelectuais, etc., tenham carácteres tão diferentes? Como quaisquer dois irmãos, por exemplo, que partilham, entre si, um código genético que é mais semelhante do que com qualquer outra pessoa. E por que é que um se ri de umas coisas e o outro de outras? Por que é que um se zanga tantas vezes mais do que o outro? Por que é que um se passa da cabeça e o outro não?

Tudo questões da minha loucura.

Enquanto não as consigo resolver, ponho-vos aqui umas fotinhas um bocado spoilers, mas podem sempre mudar de canal agora.

Sala da psicose.
(perdeu-se aqui uma grande psiquiatra. Ou uma boa maluca)


Espelho da autoimagem distorcida.
Diz que eu me vejo maior do que sou na realidade. Mentira. Eu sou daquele tamanho.
Ou estou pior?

Sala de simulação da família com o pai deprimido.
Este é o pai. Só swag.
Não lhe vi a cara, e achei melhor não espreitar. Ainda desatava a chorar (eu).


Just checkin'.
Há mais disto do que se imagina, e elas andEm aí.



A máquina trituradora de problemas.
1. Escreves teu problema num papelinho;
2. Enfiaziú na ranhura;
3. A máquina tritura-o.
Libertador? Não.
Esquisito? Sim.
Um sonho impossível de tornar realidade. Frustrante, portanto.



A possibilidade de pormos nosso rosto no quadro de Munch, O Grito.
Não fiquei nada favorecida, que maldade.
Favoreci foi o quadro original, com este narizinho que dá gosto. 



Aquela cena de exprimires o que estás a sentir no momento.
Olhem, não me ocorreu nada melhor.
Quero ir para a praia, genitais!


Isto sim, é informação útil.
Quais agora minhocas na cabeça.

42 comentários:

  1. Respostas
    1. Um poço de cultura, no momento.
      Não fiquei tão gira, aos gritos?

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    2. Eu tinha aí 2 ou 3 nomes para colocar na folha a triturar!!

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    3. Como te compreendo.
      Mano, vem a Lisboa, e tratamos dessa cena em modo peregrinação, bale?

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    4. Yá dama, e escrevemos com sangue, o nome deles numa folha de jornal...

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    5. Tem dessa, mambo, sangue e defecação nos nome, antes de dar pra trituradora.

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    6. defecação como em cocó ??

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    7. Talhiquá, madjé!

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    1. Vale muito a pena. Eu só pus aqui menos de metade dos spots e das actividades.

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  3. Também faço essa pergunta dos códigos genéticos e educação. Não encontro resposta.

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    1. Ziliões de probabilidades nos afastam das pessoas mais próximas geneticamente, companheira.
      Só isso explica que a minha irmã seja a pessoa que me é mais próxima geneticamente, de todas as pessoas do mundo, tenhamos sido educadas pelas mesmas pessoas, no mesmo espaço, ao mesmo tempo, e sejamos tão diferentes.
      <3 tranquilo :)

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  4. Anónimo21/2/15

    Já fui ver a exposição e quero ir de novo. É fantástica.
    (ok...uma exposição sobre a loucura que digo que fui ver, com entusiasmo, e que quero ir de novo...isto revela alguma coisa sobre mim)

    Beijos

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    1. Eu também adorei e não ponho de parte a hipótese de lá voltar. Apanhei uma visita de estudo, que me condicionou um bocado o acesso às coisas.
      (será que, também eu...?)

      Beijos

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    2. Anónimo21/2/15

      Eu fui (pensava eu) com tempo mas depois de lá estar percebi que se demora muuuuuito mais a ver a exposição. Devo lá voltar esta semana.
      E em relação aos distúrbios/psicoses eu "checkei" mais do que um, com algumas parecenças perturbadoras com alguns comportamentos meus...estou, portanto, pior do que tu.

      Beijos

      p.s Adorei o espelho, para quem emagreceu recentemente (como é o meu caso) até se torna difícil perceber qual é o verdadeiro "eu".

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    3. Lá está, faltou-me fazer auto-análise suficiente, para desencantar algum devio em mim mesma. Na sala das fobias, passei com distinção, simplesmente porque não padeço de nenhuma daquelas (alturas, escuro e espaços fechados). Mas, por exemplo, não experimentei os simuladores de fobias, com o visor (onde estava o das aranhas), se estiver o de voar de avião... olha, é taparem os ouvidos, que vão começar a ouvir berros a cem metros, "Mayday!" :)
      Quanto ao resto, acho que não tenho grandes coisas por diagnosticar. Não tenho transtornos, rituais, obsessões... a menos que tenha "checkado" mal. Tenho mesmo que voltar lá.

      Beijos

      PS - O espelho não altera nada na nossa imagem, pelo que percebi. Faz-nos mais longos, mas só ali num único ponto da roda. De resto, achei-o bem realista. Ainda vou tirar uma fotografia ao espelho, com aquela mesma roupa, para confirmar isso.

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    4. Anónimo21/2/15

      Eu adorei o capacete para testar a fobia das alturas...fantástico! E apesar de achar que não tenho fobia de alturas, confesso que fiquei com as pernas a tremer um bocadinho.
      Estás em grande. Eu vou voltar mas sem comentários em "alta voz" não vá ser levado e internado.

      Beijos

      p.s. Estica-te e pareces mais magra. Assim como acontece o inverso, "engordando-te". Eu testei e vi isso. E lá está, tive dificuldade em perceber exactamente como estava na realidade.

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    5. Então, é porque o capacete é mais realista. Na sala, não sentes fobia nenhuma das alturas. E essa, eu tenho um bocadinho. No segundo andar do Colombo, evito espreitar cá para baixo, por exemplo.
      Em grande, ou tão mal, que nem dou pelas pancadas :)

      Beijos

      PS - Então, significa que, se não te mexeres, o espelho dá-te a imagem real, certo? Era o caso, eu estava a tirar a fotografia, nem me estiquei, nem me encolhi. Mesmo assim, vou tirar essa prova aqui em casa.

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    6. Anónimo21/2/15

      A sala??????? Isso é para meninos...não senti nada!!! Então tens mesmo que voltar e colocas o capacete...leva fralda, é capaz de ser melhor :-P
      Em grande ou mal não sei, mas jeitosa lá isso estás! :-)

      Beijos

      p.s Errado. Se estiveres quieta e fores mexendo no espelho, a tua imagem vai-se alterando. Acho que para além do capacete, tens que experimentar o espelho também! ;-)

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    7. Levo mas é uma retrete, já lá fico a viver! :P
      Maluca mas jeitosa, meno male! :)

      Beijos

      PS - Mas, mas... quer dizer que eu não sou assim? Mas... parecia-me tanto, nos outros espelhos... ;)

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    8. Anónimo21/2/15

      Então quer dizer que não és jeitosa?!?!?! É só do espelho??? :-P
      Se for lá esta semana, tiro duas fotos, uma versão gordo, outra versão magro :-P

      Beijos

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    9. Tu queres ver que sou uma granda badocha, e, qual adolescente transviada, tenho uma autoimagem altamente distorcida? :P
      Isto não fica assim. Vou mesmo tirar a prova dos noves :P

      Beijos

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    10. Anónimo21/2/15

      Ou então o adolescente sou eu...e quem está com problemas de visão sou eu :-)
      Vou ficar à espera da prova dos noves :-P

      Beijos

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    11. Temos que ver isso :)
      Até já estou com medo de encarar a comparação. Incutiste-me uma fobia relacionada com a autoimagem? Mas esse conceito ainda não está determinado! Inventaste uma fobia! Ainda acabas com o Nobel da Psicologia nas mãos sem saberes como nem porquê :P
      Agora faço-a mesmo :)
      Encarar os próprios medos, para os vencer - este é o princípio.

      Beijos

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    12. Anónimo21/2/15

      Vais ajudar-me a confirmar isso?? :-P
      Que momento lindo. Eu a receber o Nobel e a dedicá-lo à Linda Porca, que foi a minha "maçã na cabeça do Newton". Divido o prémio do Nobel contigo. Tens destino de preferência para uma viagem??? ;-)
      Muito bem! Quero ver o resultado disso!

      Beijos

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    13. Da falta de vista? :D
      Acho que me referia a confirmar a minha imagem...
      Viagem? :) Mealhada, please. Tudo o que não envolva avião. Ou, em alternativa, tens que me mandar tratar, antes da viagem, se persistires no avião ;)
      Pobre de mim, vou mas é buscar a cinta completa :D

      Beijos

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    14. Anónimo21/2/15

      Então vou ficar à espera ;-)
      Duas opções:
      A: Levas uma injecção como o BA dos Soldados da Fortuna (se não vias a série, esquece esta opção)
      B: Eu também não gosto de andar de avião. Compro uma autocaravana e escolhemos vários destinos. Mealhada parece-me bem, porque gosto de leitão!! :-P

      Não me parece que precises de cinta... ;-)

      Beijos

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    15. Fico já com a B. Não tenho fobia de agulhas, mas, pelo sim, pelo não... sei lá o que é que me injectam. Algum botox que me põe com cara de feto, ou assim... :)
      Excelente ideia, a da autocaravana. Por mim, também pode ser uma pão de forma, que sempre realizo o sonho de uma vida :)

      E como leitão até precisar de cinta ;)

      Beijos

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    16. Anónimo21/2/15

      Ahahaha...detesto injecções! Ainda me lembro da traumática pergunta na infância quando estava doente:
      "Injecções ou supositório??"

      Se puder ser antes esta http://www.autoblog.pt/wp-content/uploads/2012/11/vw-t2-pao-de-forma.jpg fica já combinado!!! Também queria ter uma!!!

      Mealhada primeira paragem. Leitão na ementa ;-) É só escolher o próximo!

      Beijos

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    17. Nem uma coisa nem outra! A única coisa boa era não ir à escola e ficar na caminha a ver televisão e a comer canja e doces! :)

      Essa também marcha, é tão gira! :)

      Ai, Pedro dos Leitões, me aguarde, que eu vou lhe usar! ;)
      Depois, litoral, de cima abaixo!

      Beijos

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    18. Anónimo21/2/15

      Então já agora cumprimos um sonho meu...Vila Real de Sto. António - Viana do Castelo em caravana, sempre pelo litoral! ;-)

      Ah nobel que és um porreiro para realizar sonhos! :-P

      Beijos

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    19. Pronto, fechado! ;)

      Ah, Nobel, que também já é só para o que serves! :P

      Beijos

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  5. Belissimo post... estás muito magrinha.

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    1. Sou mesmo gaja, sabe-me melhor a segunda parte da frase.
      Obrigada e obrigada. O espelho não distorceu a realidade, o casaco é que me enchouriça bués :)

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    2. Belíssimo é com acento no i, se é que a senhora dotoira das vígulas e dos acentos me entende.
      Enchouriça? Não parece nada... a mim daqui de longe pareces 86-90-86 não mexe mais.

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    3. Olha, nem reparei. Ou li em italiano :)
      Sim, ainda me aumenta mais o volume dos braços. Mas não mexo na mesma.

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  6. Anónimo21/2/15

    Um filósofo não escreveria melhor.
    Estarás a caminho de te tornares num caso a precisar de psicanálise?
    :-)

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    1. Filosofia, outra paixão...
      Todos nós um pouco, talvez :)

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  7. Parece uma exposição bem interessante...a figura no quadro não deveria estar a gritar?

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    1. Devia. Ainda tirei uma assim, mas tinha uma pastilha elástica verde na boca e ficou a ver-se (shame)...

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  8. Quero a máquina trituradora ;)

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    1. Eu também, mas temo que, se a tivesse, não me limitava a meter lá papeis! ;)

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