Deu-se agora.
Está a pessoa a gozar de ronha, ainda toda completamente por arranjar. Na minha idade, isto vai por fases.
Tocam à campainha lá em baixo, gritam-me aos ouvidos "Correio!", tento fazer um raciocínio lógico, mas-mas-Carnaval-mas, e concluo que não tenho tempo para mais nada senão para vestir o robe mais sensual que tenho - que é, aliás, o único - por cima do pijama mais absurdo que tenho - que é, aliás, o que tenho vestido. E então, visto-o. Choro mágoas interiores e recalcadas porque tenho uma imagem a defender, não quero que ninguém me veja assim, imagino Marlene Dietrich a fazer o pino na tumba, se calhar vou buscar uma boquilha de cigarrilha, ai ca porra, não uso disso, olho-me rapidamente ao espelho, tiro umas ramelitas, penso que a única safa que tenho é a cara de anjo devasso que o de lá de cima me distribuiu, olho a correr - literalmente, porque já vou para a porta - para o robe, que raio, pareço um proxeneta com ele posto - hehehe, que capacidade tão boa de me rir de mim mesma, um anjo devasso com robe de proxeneta em cima de um pijama parvo, e abro a porta.
Era da Chronopost.
A sorte dele?
A sorte dele era não ser giro.
Porque, se fosse, era hoje que eu deslargava brados de genitália por este prédio afora, acima, abaixo e adentro, e ficavam estes desgraçados todos a saber com que linhas eu me coso, com quantos paus se faz uma canoa, mas era também a queda em cristo de uma grande dama.
Está tudo bem.
Quando acaba bem.
....M-e-d-o!!!!!!!!!!!
ResponderEliminarPõe-te no meu lugar.
EliminarCriticar é fácil, tá? :P
Depois de responder, ele que esperasse à porta até eu me arranjar, onde eu gritava constantes "vai já" do outro lado da casa. Fuck empresas de distribuição de coisas! :P
EliminarNão te puseste no meu lugar.
EliminarEle teria que esperar minutos demasiado largos (banho, vestir-me, maquilhagem, reconstituição das ondas do meu cabelo).
E depois, aparecia-lhe esta estampa, qual vénus de Milo, mas com braços e vestes, o que é que ele ia pensar, ao fim de 80 "já vai"s?
Foi melhor assim :P
Nem quero pôr... :P :P :P
EliminarHá-de haver coisas que tu fazes, que no fundo, me iam magoar... :P
Não duvides :P
EliminarPodia ser pior? :D
ResponderEliminarPodia sempre :D
EliminarSupõe que ele era giro.
Supõe que eu me enervava com isso e dava um arroto.
Supõe que eu não tinha esta cara de anjo devasso.
Supõe que, no caminho para a porta, eu tropeçava nas havaianas high heels, batia de boca contra um móvel e partia um dente da frente.
~
Entregou-me o meu pacote intacto, e é nisso que me devo focar.
O pacote intacto é o mais importante. Partir dentes, NUNCA! E não acredito que um pijama parvo deitasse tudo a perder :D
EliminarNunca. Lá se ia cerca de 67,3 % da minha sensualidade :D
EliminarEntão atende: calças azuis e camisola de risquinhas horizontais, azuis e brancas. In the navy... ♫
o importante é que o desfecho não foi tão trágico quanto se adivinhava. é que a intensidade da descrição, fazia temer o pior. está um Sol divino. "oh lord"!
ResponderEliminarA descrição é directamente relacionada com a intensidade do momento.
EliminarO Sol tudo apazigua. Toda esta carga, num dia de chuva, desaguaria em drama.
Aleluia! :)
Ordens dadas pelos responsáveis da Chronopost, para nunca mais se perder tempo com gente ingrata. Se atender, muito bem, se não atender (com rapidez) passa à frente.
ResponderEliminarEste mundo está muito mal preenchido.
Ingrata porquê?
EliminarO que é que querias que eu fizesse mais?
O homem entregou-me o meu pacote intacto, desejei-lhe um bom dia e ficámos por aí.
Civilizadíssima...
Ingrata no que diz respeito ao fazer demorar quem era portador de alguma coisa, em princípio boa.
EliminarTudo está bem quando o 'pacote' fica em boas condições :-)
Ámen!
EliminarPartir um dente da frente, é uma daquelas coisas que imagino que poderiam acontecer-me. E o triste é que só me dá para rir, de imaginar.
ResponderEliminarMontes de vento, ali a passar, em todos os FF, como as crianças, quando estão na muda dos dentes de leite.
EliminarExperimenta pedir a uma que diga "Faço farófias fofas com facilidade" (adoro, fui eu que inventei).
Somos perversas.