Não sei se algum homem entenderá este post. Mas podem sempre tentar

Sabem aqueles dias em que uma pessoa elaborou, de véspera, e mentalmente, uma roupicha supimpa, que tem tudo para dar certo e vai fazer de nós umas divas, umas musas, umas stars dignas de Hollywood, quanto mais não seja da nossa rua (que, se for como a minha, tem cerca de vá, três prédios)? E depois vestimos o outfitezinho, cheias de fé religiosa e certezas absolutas e ah, que merda é esta?

Assim estou eu hoje.

Ora atentem se isto não tinha tudo para dar certo, como aqueles casamentos: vestido preto, meias pretas, sapatos de salto alto, casaquinho vermelho, curtinho, comprado com tanto carinho e sacrifício na Primark, por 8 euros.

Para começar, o cabrão do vestido foi elaborado,

a) Por alguém que desconhecia, de todo em todo, que as mulheres têm mamas;

b) Para um homem.

Achata-mas. Que Deus nosso senhor me perdoe, amputa-mas. Elastano, zero, costuras espartilhantes, mil. Estou, portanto, com elas talvez enfiadas pelas costelas adentro, metidas sob camadas de roupa (soutien, camisolinha, o espartilho do vestido e o casaquinho, coitado), com a sensação de as ter, em permanência, metidas na máquina da mamografia. Assim tal e qual, com a voz da técnica ao lado e tudo, "Não respire!". Nem preciso de a ouvir. É que não consigo respirar, ainda que me ocorresse semelhante devaneio.

Estou desejando que chegue a noite. Meu rico pijaminha.