23/05/2013

Lá está, se o meu telemóvel não tivesse falecido...

... eu seria talvez uma pessoa mais feliz e mais bem resolvida. Porque ele tinha uma boa máquina fotográfica. Aliás, acho que a única coisa boa que tinha era mesmo a câmara. Já pensei se, por engano, não terei antes comprado uma máquina fotográfica que, por acaso, também fazia chamadas e mandava mensagens. Agora pereceu. Senão, teria tirado uma óptima fotografia a um senhor que viajou no metro comigo: era um senhor de idade, ligeiramente mais idoso do que eu (andaria pelos 70 anos), alto, magro, cujo tipo facilmente se confundiria com o africano, devido ao cabelo (branco) encarapinhado e à pele mais escura do que a do povão, embora muito mais claro do que qualquer africano. Era goês, tinha os traços todos de Goa, a bela Goa. Há pessoas que não enganam nada a raça, e aquele era um desses casos. Há-de ter sido um belo exemplar. Ia em pé, perto da porta, e chamou-me a atenção o facto de levar na mão uma mala de pele tão velha quanto ele, e também um saco de papelão, não tão velho quanto ele e a mala, mas já demasiado estafado para não ter já visto reciclagem. O saco carregava esta mensagem: 

"É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito - Albert Einstein". 


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