1. Que têm um Pingo Doce acoplado;
2. Que, às 11 da noite, como é de lei, derivados a questões de segurança, fecham as portas ao público, que somos a gente, ficando um funcionário — de seis — a atender num guichet cheio de gavetas acrílicas por onde passam os nossos cartões ou dinheiro, a maquineta do multibanco, a nossa factura e, caso seja caso, o troco. Para comunicarmos com o dito senhor, temos que falar para um interfone logo ali ao lado do tal guichet, que não sei quanto à nossa, mas que a ele lhe filtra a voz, de maneira que nos chega qualquer coisa como a voz do Alvin, aquele esquilo que é tão fofis, a perguntar coisas como: "Deseja contribuinte na sua factura, sinhóra?", ou então é o homem que tem aquela voz e, no meio dos nervos, eu é que achei que o problema era no aparelho de comunicação;
(Parece mesmo que estamos a comunicar com um preso numa prisão de alta segurança daqueles estados da América, como se vê nos filmes, só falta mesmo o telefonezinho, ou será que o preso somos nós e a visita é o da voz de pífaro? Também pode ser.)
3. Que, com a desculpa da segurança das pessoas que trabalham na bomba, deixam ao frio, à chuva e ao assalto uma boa dezena de pessoas humanas, que aguardam mais ou menos impacientemente a sua vez junto ao tal guichet. Pronto, está bem, é do lado deles que está o dinheiro e, por isso, precisam de maior protecção. Oi?
4. Que têm um Pingo Doce acoplado, já disse?
5. Que, às 11 da noite, quando fecham as portas à entrada de consumidores e agarrados à gasolina, não fecham também o Pingo Doce;
6. E depois calha na rifa a chatas da porra como eu, ficar atrás de um grupo de chavalos que levou dez minutos — eu disse dez minutos — a ser atendido, porque queria cervejas e não havia cervejas, depois queria minis e não havia minis, depois queria uma litrosa e não havia litrosa (estava mesmo a ver que saíam da bomba com uma alface debaixo do braço), logo seguidos de duas meninas que levaram dez minutos — eu disse dez minutos — a ser atendidas, porque foram comprar uma garrafa de vinho cada uma, "o mais barato que tiver", e foi todo um desassossego para encontrar moedas suficientes para o chichi engarrafado, e ainda foram buscar algumas ao carro que as esperava ali ao lado, com um senhor de meia idade muito bem posto lá dentro, e eu prefiro pensar que era um motorista UBER, mas também não ouvi o da voz de pífaro a perguntar a ninguém se já tinha os dezoito anos feitos, so help you God.
Acho que já me perdi, mas, no fundo, a minha revolta tem origem no facto de eu ir a uma bomba de gasolina passava das 11:30 da noite (que também tenho as minhas idiossincrasias e as minhas cenas), e fiquei — eu, e outros dez incrédulos — feita parva, numa fila escura, fria e crua, à espera de pagar o combustível, enquanto outros tantos faziam compras de supermercado lá para casa, ou lá o que era aquilo.
* ninguém me paga para me calar.
São mesmo esses 6 pontos.....ou então usar o Pay&Go da GALP :P
ResponderEliminarOu a Via Verde, quando há.
EliminarNão me apanham noutra :P