Fui à Feira do Livro no Dia Mundial da Criança.
Ela levou-me, como se fosse minha mãe. Como não tem idade para ser, é minha filha.
Cheguei ao recinto cheiinha de vontade de fazer chichi. Disse uma, disse duas, disse três, até que ela protestou, e com muita propriedade: "Que horror, mulher, pareces uma criança. E eu ainda nem comecei as colónias". (Porque ela é monitora de colónias de férias, de entre outras valências que tem, minha rica menina, e atura os filhos dos outros como ocupação sazonal remunerada.)
Comprei três livros, como uma pessoa extremamente erudita, que vieram juntar-se a mais uns quantos da colecção Baby Blues.
Consegui fazer chichi num contentor muito limpinho, e depois deu-me a fome. Havia muitas coisas para comer, que me lembraram a Feira Popular, que era a coisa que eu mais adorava [era o vinho, meu Deus, era o vinho], só que, em vez de cheirar a sardinhas, cheirava a hambúrgueres de vaca, iguais aos que a minha mãe fazia. (Isso e leite creme, eram as únicas coisas que a minha mãe sabia cozinhar, minha querida mamã.) Apeteceu-me um pacote de pipocas e escolhi um que tinha umas quantas coradas de cor-de-rosa, porque os olhos também comem. (E não engordam, ao que parece.) Entornei uma parte do pacote para o chão e para dentro da mala e fiquei tão desconsolada que a senhora me deu outro. Nunca vou saber usar carteira de senhora sem que me aconteçam mil desastres e esquecimentos com ela. Não sei como, nunca fui roubada.
Sentei-me muito direitinha numa cadeira, a ouvir umas senhoras a falar, enquanto me dava o vento pela venta sem pêlo e via as pessoas crescidas a passar, todas com um ar muito sério ou então curioso.
Voou ao meu lado um balão azul, mas não o fui apanhar, porque me lembro muito bem do barulho que os balões fazem a rebentar e tenho medo.
Que saudades da minha chupeta. Usei-a até entrar no liceu.
apetecia-me tanto escrever aqui "que querida maluquinha", posso?
ResponderEliminarbeijinhos.
Claro. Eu deixo. Agora vou brincar.
EliminarBeijinhos
Tão bom ser criança, tão bom.
ResponderEliminarAlimentá-la, mimá-la, não a deixar partir nunca :)
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