Também há dias em que acordo com uma maluqueira, e isto é só violência que me assalta o espírito, assim de naifa na jugular e ameaças de a mala ou a vida, e até escolho a vida, que o que me apetece é ver escorrer sangue e fluidos. Não sei onde agrilhoo a Lady Di mais Madre Teresa que me habitam 99% do tempo, mas acho que amarro as duas, uma à outra, amordaçadas com o mesmo trapo, e solto a besta que perfaz os restantes 1%, mas que me ruge por liberdade lá onde só a encarnada figura sabe e perdeu as botas.
Outro dia tive uma ideia mesmo de valor, ideal para fazer face ao problema dos peões que atravessam na passadeira a fazer pouco das condutoras — exímias e (naquele momento) abnegadas —, que lhes dão passagem. Para que passem. Sem os passarem a ferro, que alguns bem mereciam, tal é a atitude displicente e despojada.
Povo: refiro-me àquelas tipas — convenhamos, existem duas classes de peões: elas e eles. E elas conduzem-se pessimamente na estrada, enquanto peonas — que, ao telemóvel, atravessam como se a passadeira fosse uma passerelle, e nós pobre assistência babada com tamanha e soberba beleza, ela própria subitamente assoberbada. Acho mesmo que só não desatam a dançar moonwalk na passadeira, ou não estendem a p. da toalhinha xadrez para fazerem uma m. de um piquenique, porque, ocupadas que estão a discutir com a miga se o Fábio tem interesse nelas ou está numa relação [Jesus, Maria, José, como me irrita esta expressão!], as duas coisas ao mesmo tempo, não dá, não dá, não dá...
Furibundo-me com gente desta, que me passa pela frente do campo de visão, depois de eu ter parado para dar passagem, e se mostra indiferente, incapaz de um aceno, de um acelerar de passo — pelo contrário, desfile exige! —, de um gesto qualquer, que, genitais!, até podia ser um tóino, sempre ficávamos ao mesmo nível de enervamento quando acabasse, finalmente, a travessia.
Então, pensei que seria uma ideia daquelas que só desenvolvida no Shark Tank: o pé de kickboxing incorporado na grelha, exclusivo para essas ocasiões: passava a flausina, tica-tica-tica, telemovelzinho na orelha e ar de caguei, e pumba, uma kickada na nalga, que ia parar ao passeio em, pronto, depois os segundos que cada uma levava, iam depender do terapio da bovina, e já não dos bares com que a máquina estivesse calibrada.
[Devo ter acabado de dizer um ou mil disparates, mas chiu.]
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