Há uma que se lembra de dar uma lição de etiqueta a todos os presentes. Explica que, numa primeira abordagem a um estranho (lá se vai a regra, tão intrínseca, que mamães nos ensinaram, e nós ensinámos a filhinhos, don't talk to strangers), ou a alguém com quem fazemos alguma cerimónia, devemos tratá-lo por senhora dona Fulana de Tal, para as senhoras, e senhor (não há dom!, mas há quem use...) Fulano de Tal para os homens. E que, para as senhoras, admite-se a retirada do apelido, ficando apenas senhora dona Fulana, embora não seja essa a forma mais correcta. Não há cá senhora Fulana de Tal, nem dona Fulana de Tal.
Estou encantada da minha vida, porque aprecio muito estes assuntos. No entanto, ponho a manita no ar, para dizer assim:
- Também não é admissível a abreviatura, muito corrente, de senhora dona, para xôdona, ou então para sôdona, assim como não é para xôr ou sôr. Da mesma forma que é inadmissível tratar alguém por senhora dona, e depois desatar no você para cá e para lá, assim: senhora dona Fulana de Tal, você é uma grande senhora.
E ficaram trinta pessoas embasbacadas, a olhar para mim.
Foram os meus quinze minutos de fama. (Ou trinta, vá: dá um minuto a cada um.) Não terei outros.
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A seguir, ela lembrou-se da questão do aperto de mão. Que, sendo nossa a abordagem, não devemos tomar a iniciativa do aperto de mão à despedida, se não o fizemos à chegada.
Pronto, a esta poupei-a em público, mas, no intervalo da prelecção, fui explicar-lhe a regra para o aperto de mão: sendo eu uma senhora, é de mim que deve partir a iniciativa — ou não — de o dar. E isso é independente de quem fez a abordagem ao outro.
Se for outra senhora, então a coisa muda de figura.
Mas também não posso ensinar tudo, a todas as horas, a toda a gente, que isto é como os produtos que eu digo aqui que gosto: ninguém me paga para isto.
Sôdona Blue, fartei-me de rir com esta explicação dada por você.
ResponderEliminarAi, mna Be, você enche-me de alegria ao confessar-me uma coisa dessas.
EliminarQual aperto de mão, qual quê...
ResponderEliminarCá beijinho!
Com pessoal da cerimónia, mais vale nem a mão dar, que ainda nos levam o braço.
EliminarCá beijinho também (embora não fosse isso que quisesses dizer, ó esgrouviado).
És tão doida.
ResponderEliminarE aqueles a quem estende-mos a mao e eles estendem so a ponta dos dedos como se tivessem medo?
ResponderEliminarOu nojo... é darmos também as pontas dos dedos, a ver se gostam.
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