Lembrei-me disto dois dias antes de fazer anos e ela, que não mo chamava há tantos, nesse dia escreveu Olha, a canina faz anos.
Os irmãos são tão esquisitos. Têm uma linguagem só deles, parecem gémeos.
Lembrei-me da Mimi, com dois anos. De repente, deixou de ser a irmã mais nova, porque lhe apareceu uma mais pequena do que ela. As explicações O bebé é uma menina; É a mana, que é pequenina, foram transformadas em Man-mnina é pipi. Depois percebemos que Man-mnina significava, exacta e simplesmente, Maria.
- Mimi, diz Maria.
- Man-mnina.
- Mana menina. Diz Maria.
- Man-mnina.
- Então diz bolacha Maria.
- Baiacha Man-mnina.
Talvez a Maria nunca deixe de ser Man-mnina, assim como eu nunca deixei de ser mana canina — apesar de todas as separações que nos separaram: irreversíveis, irrecuperáveis, eternas. Porque eternas somos, sim — irreversível e irrecuperavelmente.
Quem tem uma mana, tem tudo :)
ResponderEliminarEternamente :)
EliminarAs manas mais velhas, dão muito trabalho a educar... :/
ResponderEliminarSe é que algum dia se deixam educar...
EliminarNunca deixamos de ser o que fomos nas recordações dos outros. Acho que ser-se irmão é também isso.
ResponderEliminarUm beijinho, querida Blue
E fazem-nos fazer um eterno regresso, que nos sabe a infância nunca perdida :)
EliminarBeijinhos, Miss Smile