Não sei se sou eu ou se são eles, mas nunca reina a calma quando me encontro num gabinete médico.
Fui acompanhar uma das gajas ao dentista. Pronto, outra especialidade que só frequento uma vez por ano para ouvir "Volte cá para o ano" ou para fazer companhia a alguém. Por outro qualquer motivo, esta cruel boa genética não me leva lá.
Era a primeira consulta dela com aquele dentista. Vai daí, explicou-lhe que já tinha usado aparelho, embora esteja na mira de ter que usar outra vez. A consulta desenrolou-se normalmente e, no fim, quando ele estava a completar a ficha dela, virou-se para mim e perguntou: "Que idade tinha quando fez o tratamento ortodôntico?"
Eu não sei que espécie de bloqueio tive, quando respondi:
- Eu?
...
...
...
É que nem sei o que escrever aqui.
...
...
E ele respondeu, seríssimo: "Não, não. A [disse o nome dela]."
Portanto, ele equacionou a hipótese de me estar a perguntar que idade EU tinha quando ELA usou o aparelho. Pior, ele equacionou a hipótese de eu responder a semelhante artoada.
Fiquei tão aflita. Acho que me apeteceu vomitar. Até perguntei à empregada se ela me tinha ouvido dizer "Eu?", ou se eu tinha tido um pesadelo. Ela confirmou e começou a rir-se desalmadamente. Eu ri-me dos nervos. O médico, coitado, riu-se porque ouviu rir e chorar era um bocado fora de contexto.
Sem comentários:
Enviar um comentário