Conformada com o facto de termos (todos, a união diz que faz a força) deixado de ter Primavera, num muito pouco alegre goes-around-comes-around, Inverno-Outono-Verão-Inverno-Outono-Verão, e assim sucessivamente, que não, a ordem dos factores não é arbitrária, e após ter amargado com a canícula do dia de ontem, suando as estopinhas e todos os outros tecidos que me envolviam (designadamente o de um muito famoso vestido de flores, que se mantém impecável ao nível dos vincos e rugas — ao contrário da pessoa humana — pelo facto de ter um nico de fibra na sua composição, e, por esse motivo, ainda me fazer suá-las mais), e ainda aliviada por dar a entender que isto hoje estão menos dez graus do que ontem, deu-se que tomei a se não dramática, pelo menos drástica resolução de envergar um vestido branco, a ver se afastava os raios, complementado, não encimado, pela bela sandália que imita a pele da cobra, e que também já aqui publicito desde os anais (desta coisa), eu feliz a fazer contas de cabeça — aquele conceito que sofre várias variáveis em se tratando de mim —, tentando chegar à conclusão de quantos anos é que as cobrinhas já levam, acho que vão para o quinto Verão, congeminando que — genitais! — cinco anos numas sandálias já faz delas uma peça do Museu de Arte Antiga, mas também um objecto de culto e comprovada amortização, quando ouço miar. Era um miar sob mim, um miar de gatinho bebé, um miarinho. À medida que continuava a andar, miau-miau debaixo dos meus pés. Antes mesmo de ter a veleidade de imaginar que havia gatinhos sob a calçada portuguesa, apercebi-me que uma das sandaletes agora mia. Não sei se a outra se vai solidarizar, e passarei a andar com dois gatinhos no lugar das cobras, se isto passa, se me habituo e deixo de ouvir, se virá uma mãe gata tirar satisfações com o meu pé um destes dias, ou se, de facto, e efectivamente, tenho um gato dentro, sob, sobre ou através da sandália. Mas está a ser animado, ter um animal de companhia constante, na rua inclusive.
Pronto, desculpem. No fundo, não tinha mais nada para dizer ao mundo, hoje. Nem nunca, na verdade.
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ResponderEliminarEle existe, ele vive! :D
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