A gorda despediu-se e disse que saía no dia em que arranjasse "outra coisa". Isto só se passa em a minha senzala, noutra qualquer levavas um pontapé na peida que voavas até à próxima "coisa", onde só aterravas de queixos, ó gorda. Depois decidiu que sai, mas sai acompanhada. Agora acha que ninguém trabalha, a não ser ela, motivo pelo qual passa os dias a verificar quem faz e o quê. Não entende a lógica de quem lhe paga, que passou a ser "Ai, não estás satisfeita? Então sais, mas sais a suspirar de alívio por saíres".
Querida gorda: quem deu o tiro no pé foste tu. Quem fez a ameaça agarrem-me-senão-desgraço-me foste tu. Sai, vai-te, mas vai-te sozinha e em paz. Há quem precise do ordenado. Há quem tenha família para sustentar. Há quem tenha contas para pagar. Há quem, no limite, precise de comer. Tu não és uma delas. Necessitas urgentemente de parar de comer. Isso está a encher-te as veias de fel. E os olhos de rancor. E as ancas de banha. Vade com demo, babe.
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