em que sais de casa, está um porteiro dos que exercem a função num dos edifícios da rua onde habitas, a regar as relvas, pergunta-te se queres que te lave o carro - impiedosamente lavado há menos de um mês, mas já um esterco muy agressivo às vistas -, ficas agradavelmente surpreendida e logo agradecida, ai que sim, muito obrigada, está porquíssimo, mas até foi lavado e beca-beca, o homem de mangueira em riste, e - primeiro fail - afastas-te do carro (oh, pá, para não me molhar, não é? Ele ofereceu uma lavagem auto, não uma auto-lavagem), mas ele pede-te que entres no carro, para poderes ligar os pára-brisas, lá obedeces, lá os ligas, o jacto lava-te Rosinha melhor do que tu o farias, tudo muito bem, sais da viatura e prometes umas cervejas ao senhor, procuras mentalmente qualquer coisa de agradável para lhe dizeres, pouco habituada que estás a ser mimada por um quase desconhecido (e em stress pós-traumático porque ainda dois dias antes havias voltado a ser mal tratada por uma velha ranzinzenta senhora mal disposta na mercearia) (há ali shakras desalinhados, ou quê?), sabes que vais falhar nos teus intentos, parece-te que o que quer que digas vai ter necessariamente duplo sentido - e um simples ‘obrigada’ nunca se te revela suficiente -, mas, ainda assim, tentas:
- Ai, quem me dera ter uma mangueira como essa.
- Ai, quem me dera ter uma mangueira como essa.
:) Fez-me rir!
ResponderEliminarNão sei que ímpeto é este. Se sei que vai correr mal, por que insisto em avançar? :)
EliminarComo dizem os brasileiros: és uma sarada!
ResponderEliminar:)
Sem remédio! :)
EliminarDesculpa vir comentar aqui, mas no teu último post não dá, o que percebo. Só para dizer olá e que, com o tempo, vais conseguir dançar. Eu consegui. Beijinho especial de quem percebe o que sentes.
ResponderEliminarAL
Sem problema, AL.
EliminarEu sei que sim, porque já passei por outros lutos, infelizmente. E sei que há dias piores, outros menos maus, e isso faz parte do processo.
Obrigada. Beijinho.
Mas este é um luto especial. Há dias em que vais acordar e não acreditas que aconteceu. O tempo não cura totalmente a dor e as saudades, mas ajuda a aliviar.
EliminarAL
Mesmo. Ainda passo muito tempo sem acreditar.
EliminarJá passei pelo do meu pai, sei mais ou menos o que ainda me espera. E que sarar uma ferida não é o mesmo que nunca a ter sofrido.
Obrigada, AL.
Desalinhaste mas é o chakra ao homem... :)
ResponderEliminarLB, desalinhando chakras desde mil novecentos e carqueja :)
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