No caminho para lá, pela avenida de Ceuta, limite de velocidade — com radar a controlar — de cinquenta à hora, a pessoa mete e mede a pata nos 55, incapaz de reduzir para 50, ai, que nervoso miudinho, e vem o carro da polícia a ultrapassar, a 60 ou mais. E não ia em marcha de emergência.
Belém
Impossível encontrar um lugar para deixar meu boi, domingo de 37 graus, o mundo inteiro na rua. Avisto um belo buraco, salvo seja, e vai de estacionar. Aparece o senhor agente da autoridade, óculos de sol pretos e opacos, até podia ser vesgo que eu não ia saber na mesma. E diz-me o vesgo:
- ...
- Não posso estacionar aqui? — Esta minha mania de entabular o diálogo, um dia, vai ser a minha perdição.
- Está ali um sinal atrás que indica que esta zona é só para camionetes.
(Olha o bruto, a diminuir no meu boi. E quem lhe diz que eu não o considero uma camionete? Com areia a mais para aquele Areias, também.)
- Tem graça, não vi. Mas vi aqui tantos carros estacionados, que...
- Eu só pergunto o que é que a senhora não viu.
Mariconso.
Vidro para cima e ala, antes que fosse acusada do desacato que já me borbulhava nas borbulhas que não tenho.
Estava ali parado, do outro lado da rua, à sombra, sem ter nada para fazer, tinha que vir armado em agente. Xô da minha vida.
Entrada do Palácio de Belém
Sensores de RX para verificação do conteúdo das malas. Resolvi dar uma de idosa. (Também me sabe bem. Deixem-me):
- Posso meter o telemóvel dentro da mala?
- Pode, minha senhora.
- E as coisas que vão lá dentro, não se estraga nada?
- Nada, minha senhora.
- Ai, que vergonha, vão ficar a saber de todo o lixo que vai lá dentro...
- Não se preocupe, minha senhora. A senhora não é diferente das outras.
- Isso é o que o senhor agente julga.
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