Na quarta-feira que vem, rumo ao sul, em viagem de trabalho-lazer. Dividida entre dois fogos — ir à boleia de um volante do qual desconheço a perícia, ou ir eu a conduzir —, ofereci-me para levar o maior carro da frota cá do lar, composto por sete lugares sentados e nenhum em pé. Até agora, fora eu, que tenho que estar dentro, açambarquei mais três inocentes, faltando-me ainda outras três para lotarmos a viatura e racharmos, assim, combustível e portagens.
O que eu ainda não lhes disse — e pretendo apenas dizer à chegada, ainda que a viagem leve sete horas —, é que nunca fiz uma viagem maior do que trinta quilómetros. É verdade.
(Ah, doce libertação, esta que os blogs permitem às pessoas humanas: isto parece o confessionário do Big Brother, com a diferença que a senhora é uma senhora e não fala de temas.)
A primeira vez que fiz uma viagem maior do que ir de casa ao supermercado, foi puramente por vaidade e engano, naquele preciso momento em que as duas se encontram (que os há, basta pensar nas vezes que nos vemos ao espelho e ah, não era isto que eu queria ver agora). Queria ir ver de sapatos à Seaside* do Prior Velho, enfiei pela saída (ou entrada, dependendo da perspectiva) errada, e eis-me na Ponte Vasco da Gama, a para aí uns 70 à hora, na faixa da direita, na loucura, a ser ultrapassada e apitada por pesados de mercadorias até ao Samoco. Acho que ainda vi Alcochete pelo rabo do olho, e nada de trocar a ordem aos factores.
Mas agora, isto é em grande: vou fazer quase 300 quilómetros de uma só vez. Temo-me apenas pelas cãibras (ou câmbrias, como diria o povo), mas pode ser que uma delas se ofereça para massagista. E vou tomar uns suplementos de magnésio, a começar desde hoje. (Isto, parecendo que não, é, mutatis mutandis, muito semelhante à preparação de um atleta de alta competição.)
Estou há três noites a dormir com dois sabonetes dentro da cama, drivados à libertação de potássio. A primeira noite foi chata cumá potassa, já que chutei os dois para fora da cama (nos meus sonhos, eu sou um CR, mas não acerto nas traves, vai tudo para dentro da baliza), bateram no soalho e isso acordou-me e impediu-me de gozar do potássio o resto da noite, já que apanhar sabonetes não se apresentou como opção. Agora já consigo mantê-los aos meus pés, subjugados, o que, se não me der uma overdose potássica, pelo menos perfuma-me a cama e os pezinhos, que ficam a parecer aquelas almofadinhas de cheiro, em croché, que servem para meter no meio da roupa. Vale-me que não suo das plantas, caso contrário um destes dias acordava com a cama ensaboada à mão. Ao pé.
* com o selo NMPPI
Piquena correcção, Lindinha...
ResponderEliminarSamouco, não Samoco :)
Fora isso olha, boa viagem! Tudo a correr bem e umas bananinhas entregues ao pendura que for ao teu lado e toca a andar!
Tens razão. Nem vou corrigir, LP também herra e há que contentar as massas.
EliminarA ver se também me dão uns amendoins, que eu adoro :)
Eheeehhhh !
ResponderEliminar20 valores !
É só rir . Grande LB !!!!
Boa viagem !
Nota : mas leva o telefone da Marta ,do Ok teleleseguro.
:)))
Obrigada, José :)
EliminarA esta hora, suspeita-me que já me estragaram o arranjinho: ofereceram-me boleia, e olha, cheira-me que aceito. Mas até tenho pena.