Comprámos uma cama de duas pessoas há menos de três meses e ontem à noite escavacámo-la toda.
Pois é, isto, contado assim, esguicha logo duas ilações: a cama é material fraco; vocês são dois gandas malucos/gordos/desastrados.
Nada disso. Tivemos o cuidado de ir adquiri-la em qualquer lugar que não fosse na loja do sueco. Demasiada má experiência anterior — la madre de las cosas —, e contra o empirismo não há argumento. Fomos a uma semi-conceituada marca de móveis, tudo muito design, art nouveau, art deco, art por todo o lado, qualidade que se equipare ao preço, pois que não são nada meigos na hora do vamo-ver.
Cama excelente. Mesmo. Linda, azul, não demasiado rococó, que eu sofro de alergias em relação a cabeceiras de camas de casal. Noventa e nove vírgula nove por cento, são só pirosas.
Ontem tínhamos uma comemoração para fazer, uma coisa íntima. (Soa mal? Era um aniversário cá do lar.) A dado momento, devemos ter coincidido quatro em cima do colchão, mas não houve nenhuma interacção que justificasse o crac do pé da cama e seu consequente desabamento lateral.
(Portanto, esta noite dormi sobre um dicionário da língua portuguesa, o que pode ter pontos positivos na minha alfabetização.) (Posso atestar sobre a rijeza de um dicionário daqueles, coisa muito mais fiável do que uns meros pés de madeira lá da loja do outro.) (Vai-se a ver e está encontrada a solução para os quatro pés da cama, que os outros três deverão ter qualidade análoga.) (Eu sabia que hoje ia escrever algures a palavra "análoga".)
Hoje, aí pelas dez da madrugada, já eu me entrosara pelo estabelecimento adentro, discurso bem treinado, para não dar azo:
- Bom dia. Eu comprei aqui, há três meses, uma cama de casal, e ontem à noite, um dos pés partiu-se.
[Momento em que duas caras se abrem, olhos, bocas, até narizes, em sinal de espanto/desconfiança/choque, e em que sentes que, seja o que for que digas a seguir, vai soar estranho/falso/inútil.]
[Momento em que duas caras se abrem, olhos, bocas, até narizes, em sinal de espanto/desconfiança/choque, e em que sentes que, seja o que for que digas a seguir, vai soar estranho/falso/inútil.]
- E, convenhamos, não houve um impacto, uma sobrecarga, enfim, motivo algum para que, de repente...
Olhem, mais valia ter inventado uma história qualquer, que pareceria mais verdadeira do que a inverosimilhança da verdade.
Só malucos, éramos seis, em cima da cama. Estávamos no entusiasmo de umas festividades cá nossas, e aquilo, lá no meio dos solavancos, esborrachou um pé, e só não caímos todos porque nos agarrámos uns aos outros.
Vamos ver como é que se portam no apoio pós-venda. Só em função disso é que digo o nome da loja da cama, que a mim também ninguém me paga para me calar.
ahahahhahahah
ResponderEliminardesculpe, mas não consigo parar de rir
ahahahahahahha
Não, não é pela cama, mas como a senhora conta a coisa
ahahahahha
desculpe
Quando parar de rir, talvez volte
ahahahaha
Olha agora :)
EliminarMas é que sou mesmo uma senhora, não percebo por que é que ninguém me leva a sério 🙃
Mas disseste tudo no primeiro parágrafo "Comprámos uma cama de duas pessoas...", o único problema que vejo aqui é a cama não ter alarme para excesso de carga, como os elevadores, estás a ver?!
ResponderEliminarPodes crer, Be. Para a próxima que comprar uma cama (qualquer peça de mobília!), aviso que somos seis a deitarmo-nos em cima dela :D
EliminarÉs masé uma ganda maluca e estás a disfarçar!
ResponderEliminarBeijocas,Lindona :)
Não consigo controlar isto, Mary! :D
EliminarBeijocas :*
Olá Linda!
ResponderEliminarMas alguém acredita nesta história ? Recomendo cama à antiga portuguesa,em ferro que pode ser pintado de azul...nada de alumínios lacados(muito frágeis).Aí aguentam,aguentam... 😉
Olá, José
EliminarPois claro que ninguém acredita, pois se nem eu acreditaria!...
Já tive uma de ferro, mas não fui muito feliz nela, morreu lá a minha gata, despachei-a mal pude.