03/08/2023

Vinde a mim os peregrininhos Editado

Post editado, que a pessoa também podia amandar para os rascunhos, ou então eliminar sem dó, mas que não sou feita dessa raça (nunca aqui contei que, só numa manhã, salvei a vida a cerca de quarenta mosquinhas da fruta, através do método copo + papel, e não o fiz porque sei que o Planeta berraria de troça de mim), mas (e aí vai mais uma oportunidade para o Mundo o fazer) é que juntei João Paulo II com Francisco num só, o que apenas denuncia a minha completa abstracção por estas lides, e não que já estou varrida, se acreditarmos nas dezenas de milhares de exames, análises e outros dói-dóis que me fizeram nos últimos vinte meses. 


Aqui fica um pedido aos milhões que já leram este coiso: tenham paciência e boa continuação.


A cidade está um veludo azul, só contrastando esta ventania enviada pelo Cão, aparentemente para fazer arredondar as saias do papinha e, eventualmente, fazer-lhe voar para parte incerta a tigela que ele usa na cabeça. Não se engane quem pense que eu sou contra a liberdade religiosa e blás, só estou um bocadinho danada, ratada e frenética com o preço daquele palco, a origem do capital para o construir e depois o destino do lucro com a festarola, sobretudo porque calculado por Moedinhas, aquele presidente autárquico com voz de pífaro que só percebe de cêntimos, a avaliar pelo modo como multiplicou o número de jovens, gastos diários e resultado final. Tenho mais coisas contra padrecos, mas agora não me apetece vomitar.

Como sempre em Agosto, Lisboa partiu para parte certa e ficam apenas os resistentes ao massacre dos supermercados pejados de pegajosos humanos de xnelo, óleo bronzeador (ou será dos fritos?) e vernáculo, das praias diminutas com colmos ao preço de um apartamento na capital, das filas para tudo, dos restaurantes de décima categoria a servirem-nos uma lasanha congelada às dez da noite, todo um pesadelo do qual fujo como do fogo do inferno. Normalmente, há menos de metade do trânsito, mas este ano está como o diabo gosta (e eu): quase não se vê uma alma viva na rua, apenas rapaziada de t-shirt amarela (isto mói-me: será que usam a mesma toda a semana?), chapéu e colar com a identificação, deambulando sem rumo (por exemplo, há bocado vi um grupo a atravessar entre o Hospital de Santa Maria e a Universidade Católica, ou seja, no sentido oposto ao do Parque Eduardo VII). Não incomodam, não estrilham, não se metem com ninguém. Tragam-nos de volta em todos os próximos Agostos, se faz favor.

Não fui ver Sua Santidade. E explico: já o vi duas vezes, ambas em Lisboa. Na primeira, era petite petiza, na segunda, já um pedaço de mau caminho. Referia-me a JP2.

(Quando fui a Roma, não o vi, mas, em compensação, ele também não me viu). Referia-me a Chico. No fundo, temi que El Papa dissesse, apontando para mim: “Olha-me aquela! O tempo não passa por ela!”, e ainda me ver na contingência de revelar o meu segredo, como fizeram à Lucy. Isto não poderia acontecer, já que o actual Papa nunca me pôs a vista em cima. Lamentável.

(Ponto mais awkward desta visita papal: aquele Marcelo a recebê-lo na pista, ele em cadeira de rodas e o outro resolve dançar o rock and roll com Francisco.)

Foi a terceira, mas está bem.