14/05/2020

Não há flores no meu caminho. Mas há máscaras

Queria que alguém me explicasse - mas bem explicado - ou então como se eu fosse muito burra, que é como fico só de olhar - este novo fenómeno da Natureza-mãe, ou alienígena, ou de uma paranormalidade que não domino: já não bastava o que bastava com o coiso, para ainda nos ser fornecida, a cada cinquenta metros de percurso pedonal, a imagem de uma máscara cirúrgica arremessada ao vento/ ao chão, conspurcando-nos as vistas, o passeio, o canteiro, a zona verde, como se se tratasse de material biodegradável, como se a calçada o fosse absorver ou a terra aproveitar. Ainda não percebi como é que vão parar tantas máscaras ao solo, a menos que chovam. Ou que sejam lançadas por extraterrestres, das suas navezinhas, quando estamos todos a dormir ou distraídos, que é para aí noventa por cento do tempo útil que passamos na Terra. É que não estou a ver que alguém, intencionalmente, o faça. Com que finalidade o faria? Para que brotassem mais, tipo plantio? Não creio. O que é certo é que não as encontro apenas em espaços verdes, e sim também nos brancos, pretos, até nas ciclovias (que têm uma cor que não sei definir, mas também não interessa aqui para o caso). De resto, nem ponho a hipótese, por mais remota que seja, de que tal acção tenha mão humana. Então, se são os também humanos que fazem a limpeza das ruas, e aquilo é material contaminado, tipo lixo hospitalar, que pode mesmo transmitir doenças - não apenas essa de que tanto se fala ultimamente - a quem se veja obrigado a tocar naquela porcaria mesmo que de luvas calçadas, é óbvio que um humano não faria tal coisa a outro humano. Seria mais ou menos o mesmo que admitirmos que alguém deitasse os seus pensos higiénicos usados ou as suas cuecas borradas para o passeio. Ora, isto não cabe na cabeça de ninguém, até porque é proibido. Assim como é proibido largar cuspo / chichi/ cagalhões do cão/ lixo em geral na via pública. Dá direito a multa, apesar de muitos senhores agentes da autoridade desconhecerem / ignorarem esta realidade. 
Portanto, ponto assente é que não existe mão do Homem no fenómeno. Tiro esta conclusão, basicamente, porque nunca vi ninguém arrancar a máscara da venta e aventá-la ao chão ou ao vento, conforme o estado metereológico do momento. E, se eu nunca vi, é porque não acontece. Porém, continuo sem perceber o porquê de. Prefiro acreditar que chovem (em substituição das picaretas, dos canivetes, ou dos gatos e cães dos ingleses), ou que nos são amandadas por ETs. Com que intenção, desconheço. Vai-se a ver e são uma dádiva e estão limpinhas. Devem é cheirar a leitão.


2 comentários:

  1. Uma triste realidade, espelho da falta de civismo, mas enfim...
    Um dia bom e desvie-se das máscaras que caiem do céu :)

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    1. Sim, e falta de cuidado com o próximo...
      Um dia feliz, Esquilinha :)

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