20/04/2020

Coisas que o vírus maléfico me ensinou até agora [em forçosa actualização, na senda de "vivendo e aprendendo"]

1. A internet é uma porcaria. O wi-fi, melhor dizendo. Falha quando chove; falha quando o vizinho está a usar (quando sou eu a usar, a do vizinho também falha? Creio firmemente que não); falha quando me afasto do router; falha porque sim;
2. A minha empregada é necessária, mas não indispensável. Isto deve ser verdade para todos os cargos de chefia deste mundo. Neste caso em concreto, dá-se que eu faço, imodestamente, tudo - rigorosamente, tudo -, melhor do que ela. Cozinho melhor, passo melhor a ferro, limpo melhor (nem quero lembrar-me dos gonelhos de cavelo que encontrei em todos os cantos da minha casa, que me sobe uma rabia de me arrebentar com uma têmpora) (as casas-de-banho limpas por mim ficam um nojo de limpeza, de dar ganas de lamber as latrinas), faço camas como uma enfermeira, e, convenhamos, não massacro ninguém com aquela conversa de beca-beca-ad-nauseum;
3. Fazer exercício em casa é uma tanga desmotivante, mesmo com a titcha do lado de lá. O meu escape actual é ir correr para a rua, como os malucos. Hoje fiz uma aula de dança e acho que foi a última desta saison. Até agradeci à p. da net ter falhado algumas quatro vezes durante aqueles 45 minutos de seca;
4. Se eu fosse velha - ou ainda mais velha do que já sou -, também ia para a rua passear as peles. Levei alguns dias a perceber a lógica, mas é só esta: quem está na recta da meta e tem pouco a perder, prefere arriscar o pêlo e, lá está, a pele, do que ficar a morrer-se, sozinho ou com outro velho, em casa. Imaginemos que esta coisa, ou semelhante, acontece de novo daqui a dez ou vinte anos. A mim, ninguém me enclausura, escrevam isto. Eu já escrevi;
5. Aquela cena dos cumprimentos com dois beijinhos sempre foi inútil e, agora percebemos da pior maneira, prejudicial. Sobretudo com pessoas que acabámos de conhecer. Mas que raio, logo dois beijinhos? De agora em diante, e para sempre, levam um bacalhau dos meus, e, e, que já é contacto físico a mais. A p. da vénia que algumas pessoas estão a adoptar também não me agrada. Parece uma chinesice e dessas já basta o que basta. (Não percebo que não se possa chamar "vírus chinês" àquilo, que não venham logo as comadres e as virgens todas ofendidas, que é pró-Trump e merdas. Aliás, acho que foi para aí a única coisa bem dita que o homem alguma vez disse na vida. Também já ouvi dizer que todos nós (exceptuando os cesariados como os meus filhos todos) viemos da vagina das nossas mães, e temos um nome próprio. Está bem, não veio da China, veio da Chona. Chatos. Enquanto andarem com salamaleques desses, em que tudo é fobo e fóbico, aquilo que é necessário fazer (embargos, multas, fronteiras efectivamente fiscalizadas) não é feito, e temos outra vez a chinesada toda a comer bichos não controlados sanitariamente). Vai um wave-bye e já vai de bom tamanho. Quem não gostar, que se fornique, mas meta a mão no bolso e os beijinhos lá onde achar melhor.

Pronto, já falei muito, pareço a outra com o beca-beca-ad-nauseum. O resto fica para a próxima. Cá beijinho é o caraças, vai um wave-bye à chegada e à partida. Tornei-me rude.



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