Foi giro, ter recebido, em plena festa regional, uma "palhinha ecológica". O Mundo preocupa-se com o flagelo do plástico, designadamente dos sacos de compras, cotonetes e palhinhas que, não num futuro próximo, mas num presente actual, poluem os oceanos, comprometendo a sobrevivência das espécies - e, convenhamos, a humana por arrastão.
A dita palhinha mais não é do que um tubo feito de uma guloseima com sabor a morango, que, na realidade, não poderá ser usada mais do que uma vez. Gaba-se de não transferir o sabor para a bebida, e imagino o que será beber água por ali: acredito que a água me saberá a água - apesar de inodora, incolor e, principalmente, insípida -, mas a palhinha que a transporta em direcção à minha boca me saberá a morango, ou outro gosto qualquer que lhe tenham injectado na fábrica de doces. Eu, por mim, confesso que comi a minha palhinha sem a ter experimentado numa bebida, por isso esta opinião vale o que vale: zero.
Então, solução para a palhinha reutilizável?
A madeira ou o bambu não parecem ser. Sendo, como são, materiais naturais, são igualmente mais atreitos a fungos, e ponha o dedo no ar quem quer um fungo ao nível gengival, com todas as consequências que daí possam advir para a dentuça.
Para quem não possa viver sem palhinha e lhe faça toda a diferença beber sem ela (designadamente as crianças e alguns adultos imaturos ou apenas desconfiados da higiene dos copos), tenho para mim que a solução está no alumínio (material cuja reutilização é infinita, para além de permitir a sua higiene a altas temperaturas), ou no cabo de uma caneta Bic.
(Um dia, que não estará muito longe daqui, vamos todos parecer o tontinho da aldeia, sendo que o próprio terá um comportamento socialmente irrepreensível, por contraposição.)
Já agora, as palhinhas só se chamam assim porque quando eu era pequenina antigamente, nos primórdios, aquando da sua invenção, eram feitas... de palha! Se regressássemos a esses belos tempos, o problema das palhinhas desapareceria no acto, pois bastaria a cada restaurante/bar possuir um jerico nas traseiras, que ele tomaria conta dos fardos, ao fim do dia. Agora a sério: palhinhas de palha. Não são poluentes, são biodegradáveis, e, ainda que, por absurdo, vão parar aos oceanos, haverá um qualquer peixe-burro que aprecie aquilo. Isto, admitindo que não se desfazem e integram o ecossistema, passando a fazer parte da composição da areia.
Isto hoje foi de génio.
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