27/02/2019

Do cansaço

É disto que as pessoas falam, não é? 
Vou no 16.º (décimo-sexto) dia seguido (por acaso, até acho que são mais, mas também já perdi a capacidade para os contar), eu repito, seguido, de trabalho, à razão de sete horas diárias, quando não, como hoje, oito e meia. Tendo, como tenho, um trabalho "sazonal", que existe quando há, desorganizo o organismo para estas revoadas laborais, com prazos espartanos, solicitações de milagres e tarefas infazíveis. Ontem dei-me ao luxo de recusar mais trabalho. Atingi todos os limites, ou melhor, ultrapassei, em larga escala, todos eles e mais além. 
É isto de ficar com o corpo todo moído, a cabeça a andar à roda, incapaz de descansar nas horas que me dou para esse efeito? Não será tudo resultado da mesma coisa? (Esta noite sonhei que morri. Fomos bater contra um muro branco que, estupidamente - ou fossem os sonhos espertos -, apareceu, atravessado no meio da estrada. Os airbags insuflaram, eu fiquei de cara voltada na direcção contrária à dele, chamei-o pelo nome, ele não respondeu, e depois comecei numa agonia, a querer vomitar, e devo ter morrido, porque acordei.) (Dei-me mais sete anos de vida, ou quê?) Outro dia fui à dança, mas os ouvidos estavam tão irritados, que até a música me irritou também. Imagine-se uma dançarina irascível, assim era eu. Não tenho comido grande coisa, a não ser merda. Porém, julgo que não emagreci. Sou indiferente à balança e ela um pouco a mim: não emagreço, mas também não engordo. Tenho uma filha fora do país por uma semana, e ainda não consegui panicar o suficiente. Tenho uma outra (ter tantos, opção minha, não precisam de me fazer o desenho) que vai para Angola três semanas daqui a dias, e ainda não morri de susto por antecipação. (Foi vacinar-se, desmaiou - minha querida flor -, e eu preocupada, mas não esfarrapada de angústia.) Não há dúvidas de que o trabalho é uma grande terapia, se não for uma grave doença. Até tive uma espécie de mini dor de cabeça ontem, coisa que já não me acontecia há anos. (Eu sou aquela cabra afortunada a quem nunca dói nada, nem cabeça, nem dentes, nem nada dessas coisas. Mesmo quando vou apertar o aparelho lá ao dentista dos olhos bonitos, tenho assim uma impressãozinha no primeiro e, na loucura, no segundo dia, e depois passa-me logo. Volto a ter a mordida de um Rottweiler, e não se fala mais nisso até ao mês seguinte.) O truque é lavar o cabelo com água fria, de cabeça para baixo. Passa logo. Registem esta, que eu não duro sempre. (O sonho foi muito claro.) Os carecas podem sempre lavar a cabeça. Não tive tempo para ir ao cinema, tão-pouco para ver os Oscars. Também não tenho vagar para o blog, que definha para aqui como um verme deslargado à sua sorte. Estou totalmente fora do Planeta, mas estou bem. Acho.
Cá beijinho.


LB's challenge rumo aos 3000 chouriços em 6 anos
#jasofaltam19

2 comentários:

  1. Ahahahahah
    Adoro este seu jeito de escrever, de falar de coisas sérias com tanto humor.
    Este blog tem pouco espaço para definhar, a gente espera-a, por isso, descanse e trabalhe qb.

    Se me permite, deixo uma beijoca

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    Respostas
    1. :D
      Obrigada, noname!

      Claro que sim. Uma beijoca de volta
      :)

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