13/03/2015

Teste aos vossos nervos e à minha paciência

Greve. Função pública. Professores. Sexta-feira.
Emprego. Contrato. Salário. Subsídios. Regalias. Reforma. 
Queixas. Reivindicações. Sindicatos. Greve.

Portugal. Crise económica. Desemprego. Subemprego. Recibos verdes. Miséria. Emigração.

Desenvolvo mais?

Agora vou buscar o balde das pipocas, sentar-me de pernões em cima do teclado e esperar que me apareçam as anónimas do costume, cheias de raiva - e fim-de-semana prolongado nos papinhos -, que eu cá estou para as receber, do alto dos meus 16 anos seguidos de escola, na óptica do utilizador, e explico, pausada e cantadamente, qual a minha estatística relativamente aos cerca de duzentos e cinquenta professores (número que, acreditem, é calculado muito por baixo) que já me passaram por baixo dos olhos, que (só isto): dão aulas - conceito que não é tão vasto quanto se pensa, nem quanto os próprios pensam; chegam a horas (com atrasos não superiores a dez minutos, porque esses, então...); nunca faltam, ou faltam cerca de uma vez por mês (o que já se considera pouco, reparem); não fazem das auxiliares aliadas/cúmplices, com vista à assinatura do livro de ponto, de tempos lectivos que deram pela metade ou, de todo, não deram.

Já agora, queridas anónimas, se e quando vierem, ponham-me comentários:
1 - Sem erros ortográficos, que eu sou esquisita;
2 - Sem erros gramaticais, que eu sou alérgica;
3 - Com as vírgulas colocadas no lugar, que eu tenho um TOC;
4 - Sem recurso ao Ciberdúvidas e afins, que eu mordo.

Nem preciso de me alongar mais. Já estou mergulhada em fel, neste momento.


10 comentários:

  1. Anónimo13/3/15

    Os meus nervos são de aço, a tua paciência não sei.
    Apesar disso, um dia como este, com greves por tudo o que é sítio, enerva.
    Curiosamente, ia postar algo sobre (mais uma) greve. Ia, já não vou mas explico porquê. Se o fizesse iria ser muito bruto.
    Esta coisa de fazer uma greve à sexta-feira tem o seu quê de interessante. Isso mesmo, vês como sabes? Dá fim de semana prolongado.
    O melhor é ir andando.
    Ah, dei erros? As 'bírgulas' estão no sítio?

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    1. Não deste. Estão :)
      A piada era para as minhas anónimas, que são professoras. E dão erros.
      Tenho que refazer o texto, senão ainda parece um campo mais minado do que já é.

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  2. Anónimo13/3/15

    "eu no que toca a erros otgráficos não tenho rasões de queicha!" .
    Espero ter ajudado na questão do fel. Bom fim de semana, LP. :))

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    1. Muito, Mia. As tuas contribuições são sempre de alto valor :)
      Obrigada. Bom fim-de-semana, também :))

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  3. Posso comentar só para sublinhar a necessidade de distinguir o bom do mau? Tenho uma irmã professora que é mesmo muito boa professora e dedicada ao ensino e aos alunos, tive bons professores e acho que só um ou dois é que não o foram de todo (uma por faltar muito). Por isso a minha ideia é que se passa o mesmo que em outros lados, há bom e mau.

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    1. Naturalmente. Em todas as profissões há muito bom, bom, médio, mau e muito mau.
      Aqui, a questão prende-se mais com a quantidade de pessoas prejudicadas em função de uma reivindicação laboral, ou seja, em que os directamente prejudicados não são sequer a face da entidade patronal. É quase como uma greve dos profissionais de saúde. Fora, claro, o estado deplorável em que o país está, e a revolta que estas greves provocam na população desempregada, ou com salários ridículos, ou, como eu, que têm que correr atrás do ordenado, porque estão por conta própria (não tenho, por isso, o "meu", garantido, ao fim do mês).
      Quanto a bons versus maus professores, juro que não fiz contas. Mas, só para te dizer que os anos de escolaridade, cá em casa, são 3º da fac, 1º da fac, 11.º e 9.º. Acho que nem por baixo dá 250 professores. São muitos mais, mesmo atendendo a que alguns foram comuns.
      Eu juro que não quero ofender ninguém. Mas, ou por cansaço meu, ou por incapacidade de ver as coisas por outro prisma, 16 anos de tipas com esgotamentos nervosos, doença bipolar, ataques de menopausa, birras com o divórcio, telemóveis a tocar na sala de aula, atrasos recorrentes de meia-hora em tempos lectivos de 45 min, tempos de 90 min a falar da vidinha, do tempo, a discutir o inacreditavelmente desligado dos conteúdos, etc., etc., fizeram de mim muito menos tolerante do que já fui.
      Já este ano lectivo, relatei no blog da Rainha este belo episódio.
      Não consigo ser isenta. Para este peditório, já dei.

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  4. Eu axo que quem quer, fazer greve faz, quem não quer não, faz.
    É um direito. Acim como os fims de semana prulongados.
    Dise!

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    1. Éça tua peroza, méte medo ó, susto tamanha è a quantidade de herrus e jà pra nao, falare da cuclucassaõ das vigulas que, è vergunhoza.
      Vólta, mais, tárde quando tiráres o dipeloma da cuárta class quisto, aqui è um espasso coltorale.
      Muintos beijinhus dos, bons.

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  5. Tu tens anónimas a comentar ? Passo aqui todos os dias, e nunca me tinha apercebido. É porque estás a ficar famosa ;) Qualquer dia reivindicam os comentários com moderação, lançam a "greve das anónimas" (à sexta, convém), e depois sentes falta, queres ver?
    (eu desde que falei em erros ortográficos lá no meu reino, tenho pânico de cometer algum, que também não sou assim a modos que perfeita. às vezes até começo a ventilar. calhando, ainda terei de fazer terapia para esta brincadeira...)
    Beijos LP!

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    1. Não comentam muito, mas não posso falar de professores, que elas mordem logo. Hoje, como pus o dente de fora a tempo, estão muito quietinhas. Ou isso, ou foram laurear as pevides, de fim-de-semana, com o ordenado que os teus e os meus impostos lhes pagam.
      Toda a gente erra. A professores, e com a frequência com que os vejo fazer, acho inadmissível.
      Beijos, Majestade!

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