17/04/2013

Eu tenho problemas com médicos # 6

Numa consulta de cirurgia plástica a que me sujeitei - eu sei que não preciso, mas vou na mesma. Eu quero - , o que há para contar aconteceu logo à chegada, ainda eu não conhecia o médico. Ao balcão, a preencher a ficha, sai-me à sorte uma empregada muito nervosa, que me pediu várias vezes o número de contribuinte e que, de todas elas, me disse "É muito importante o número de contribuinte", como se a vida dela dependesse daquilo. Depois pediu-me o nome completo, a morada, cagou um bocado para os meus antecedentes médicos ou para quem me tinha recomendado aquela clínica, até que voltou a pedir-me o número de contribuinte. Devia estar no site das Finanças naquele momento, porque mal digitou o número deu um gritinho "Ah!", tipo "Helooo para mim, escusava de ter estado a escrever, está tudo aqui!"

Nisto, sai do gabinete do médico uma altona-lourona (falsa!)-magrona empinada nuns saltos agulha de 15 cm e eu, quase fascinada com aquilo, desato a olhar para ela pelo rabo do olho. Vislumbro um perfil marcado pelo maior nariz do mundo e pensei "Pois, coitada". Sai-se ela com esta:

- Eu depois telefono para cá e falo com o doutor, e então marcamos a data. Ainda não estou muito certa se faço a operação...

E eu, em pensamentos, "Mas ainda pões a hipótese de não operar ISSO?"

É quando ela se vira de frente para mim, não sei porquê (medo, pânico, terror!) e, ao mesmo tempo que eu me apercebo que ela tem as maiores e mais espetadas orelhas do mundo, ela completa a frase: 

- ... às orelhas!



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