27/05/2013

Fim-de-semana em pleno

O fim-de-semana divide-se em cinco partes: noite de sexta, manhã de sábado, tarde de sábado, manhã de domingo e tarde de domingo. Non stop, e nada de night. Sexta à noite, Algés, para dar ultra-sons à zona que levou a aspiradela. Só confio as minhas peles na mão de uma pessoa, mas, para isso, tenho que fazer caminhadas à noite, a desoras, correndo riscos vários. Estou um bocado farta da zona aspirada. Anda-me a dar muito trabalho e despesa. Mas valeu a pena. Sábado de manhã... enfim, ninguém sabe o quanto passa uma gaja para se manter. Uma manhã inteira a tratar do coiro, chego à hora de almoço farta do corpo todo. Depilação, esfoliação, máscara facial, unhas dos pés, unhas das mãos (arre égua, por que é que temos que ter 20 unhas?), tudo em casa. Nestes locais de mim ninguém bota a pata, a não ser eu. Sábado à tarde, fui a um manicómio visitar uma pessoa muito próxima. Curiosa a sensação de estar em casa que eu tenho quando entro num manicómio. Não foi a primeira vez que fui a um hospital psiquiátrico. Aliás, é num que faço a minha dádiva sanguinária três vezes por ano. Foi um encontro muito emotivo, demos abraços apertados, só não puxámos à lágrima porque ele estava completamente drunfado e eu a levar com o sol na moleirinha, que se me seca tudo até à alma. Hoje de manhã (escreve rápido, LP, rápido, está quase a mudar a data) regressei ao ginásio, em grande estilo, após paragem de duas semanas e meia. À tarde, Feira do Livro, onde me limitei a comprar um "Asterix". Tudo caríssimo, eu pobre, os churros e as porras a chamarem por mim, eu 'Ai não, se não tens para os livros, não tens para a banha'. Ainda pronunciei este belo pensamento: "Descontos de 2 euros? Metam-nos no cu", assim, a seco. Momento alto, música a tocar próxima de mim, eu continuava a andar e a música não se calava, "Parece que tenho música dentro da mala", o que vale é que ando sempre acompanhada de gajas tão acertadas como eu "Olha, tem graça, eu também acho que vem da tua mala". Sou doente, ligou-se-me o rádio de um telemóvel, por auto-recriação. Bem me diziam que eu ia à visita ao manicómio e ficava lá. Que maçada, nem fixei o caminho. À ida para lá perdi-me - como sempre, mas porque adoro queimar gasolina - e fui parar à Buraca. O destino tem coisas destas. O meu destino era a Buraca ou o hospício, mas não, fui armada em intelectual para a Feira do Livro. Não podia dar boa coisa. Já disse que estou farta da zona aspirada? Agora à noite (ontem à noite, isto já mudou a data e eu ainda não me calei) lá marchei outra vez para Algés. Saí de lá às 11 da noite, o carro estava a uns 300 metros da porta, mas eu atravessei a escuridão cheia de coragem. Não se via uma alma viva. Não passou uma única por mim. Trezentos metros de solidão. 

Pronto, eu sei que podia não ter escrito este post. Mas não era a mesma coisa.

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