24/11/2014

Agora sei o que sente um totó e pelo que passa nas autoestradas desta vida

O meu carro teve um stroke na autoestrada de Cascais, à ida para lá. De repente, começou a desembraiar, a desmaiar, a morrer na estrada. Vá que não sou muito aventureira e ia na faixa do meio, a não muito mais que 120. Mas, com o carro a solavancar, a querer parar, o tablier a acender mil merdinhas (aquela encarnada que tem um sinal de exclamação no meio da bola e a outra que parece uma lâmpada mágica, fora os apitos, piiiii, piiiii), tive que me agarrar aos tomates (e ao volante) e pensar com força "Não quero morrer, pá!", desviar-me para a faixa da direita e ligar os 4 piscas. Parar é que não. O meu boi estava num ponto em que, baixando para quarta, abanava, para terceira, parecia uma centrifugadora, em segunda parecia um touro mecânico. Fui devagar, mas mantive a quarta, e fui atenta, a ver se ele não se lembrava de entrar em autocombustão, como aquelas pessoas. Cabrão do boi.

No regresso é que foi bom. Meti-me logo na faixa da direita e fiz o caminho todo a 80 km/hora. Assim uma coisa em bom. Por mim passaram carros de 1980, camionetes da treta que já deviam ter ido para a sucata há duzentos anos e carros de merda em geral. Só faltou mesmo um Dona Elvira. E uma Zundapp Famel, mas, para ver isso, talvez tivesse que ter bebido parte da gasolina do boi.

8 comentários:

  1. Que medo, melhér. Mas a última frase deste texto está top. ahahah

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    1. Passei cá um bocadinho... até me rebolaram os tins pelos tapetes!
      Acho que já ninguém sabe o que é uma Zundapp Famel, iiiiinnnnn-iiiiinnnn!

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  2. Se calhar foram os cavalos que fugiram...

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    1. Não pesco um boi de mecânica, mas sei que não queria morrer hoje. Só o estardalhaço.

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    2. Pelo que descreves, foram mesmo os cavalos.
      Deve ter sido a tampa de cima do motor que ganhou um pouco de folga. Nada que não se resolva facilmente.

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    3. E eu a achar que me ias falar de equídeos :) (ai, desculpa, usei um smiley)

      A falta que me fizeste naquele momento, Escribinha. Estás a ver como é injusta esta vida? Se ali estivesses, dizias-me isso da tampa e eu escusava de procurar os meus tins naqueles tapetes imundos.

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    4. Foram os cilindros... os cavalos ainda lá devem estar, digo eu...

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    5. Mulher, tu topa de mecânica?
      Também lá me fizeste falta, vês?

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