Acho eu. Metida numa empreitada gigante, que só me lembra aquela onda da Nazaré mais o gajo que a surfou, só que em eu e o meu trabalho. Hoje foi o quarto dia de quinze que tenho, e agora ou surfo a onda ou parto a espinha, tal e qual como... como é que se chama o gajo? Nigel qualquer coisa, não é? Os gajos que fazem merdas em grande com a natureza parece que se chamam sempre Nigel. Eu estou assim.
E sou aquela Porca Linda que ali vai no meio da vaga, para quem ainda não entendeu.
Passo os dias - mesmo. Desde as 8:30 até agora, ou até há meia-hora - a ouvir umas gravações que são compostas por muitos ruídos e eu tenho que discernir as vozes e o que as pessoas lá ao fundo, algumas delas metidas num bidon, outras com o microfone enfiado no recto, dizem. E também tossem. E arrastam cadeiras. Depois deito-me, à noite, e ouço os ruídos das cadeiras a arrastar toda a noite. Também sonho com o mar e ondas gigantes. Lá está, a Nazaré. Às 5 da manhã acordo em pânico porque me enganei numa caganita, e nada me explica como é que o meu cérebro, neste momento esponjiforme, é capaz de receber esta mensagem de si mesmo a meio do sono. De manhã constato que era verdade, que me tinha mesmo enganado na caganita e pânico mais um nico só de imaginar se não me terei também enganado em alguma poia, em alguma bosta, em algum jerrican de excrementos, mas que, dado o seu tamanho, não terá capacidades para enviar a mensagem ao esponji.
Enfim, tudo lutas interiores - e acho que exteriores, eu vejo-me emagrecer. Eu vejo - de uma pessoa já muito perturbada. Acredito que alguns torturados da PIDE e, quiçá, o pipol de Guantánamo, não sofreram agruras deste calibre. Eu é que sei o que é privação do sono e confusão mental, seus meninos!
Sem comentários:
Enviar um comentário