01/10/2013

Eu tenho problemas com doidos # 9

Caixa Geral de Depósitos. Aquele local que faz a fecundação entre o centro de saúde da área da sua residência e o seu banco. A pessoa entra, tira a senha no tira-vez (é assim que se diz no norte, carago! Tira-biez) e senta-se. Tem mesmo que se sentar, pois tem escassas três pessoas à sua frente, o que é coisa para demorar, vá, vinte minutos. O atendimento é quase expresso, dá pouco mais que seis minutos a cada um, é justo. Quem vai à Caixa não pode ir com pressa. Isso não existe assim que se transpõem aqueles vidros e se é possuída à bruta por aquele ar condicionado, sempre aos 16º. De boa carnadura, aguento.

Vem do balcão um senhor de idade, a cambalear, e baloiça-se entre as duas cadeiras que estão ao lado da minha, acabando por optar pela que fica mesmo ao meu lado. Não percebi se já tinha sido atendido e foi ali descansar, se estava à espera de vez - não sei que vez, porque eu fui atendida antes dele e ele já lá estava - ou só a passar a manhã, tal e qual os idosíssimos fazem no centro de saúde. Na SAP, como eles dizem. 

Sem eu ter aberto a boca, sem eu ter perguntado coisa nenhuma, olhou-me olho-no-olho e contou-me a história inteirinha do AVC que teve há poucos meses. 

Depois chegou a minha vez, levantei-me, sorri-lhe ainda naquela minha incredulidade do costume, "é para os apanhados", "tenho cara de padre", "tenho cara de psiquiatra", "tenho cara de parva" e desejei-lhe as melhoras. 

Fiquei a saber tudo sobre AVCs, ok?

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