em que entras numa farmácia pela primeira vez (pois que abriu há pouco tempo), deparas-te com um jovem ajudante, e pedes-lhe uma pomada para as nódoas negras?
E ele fixa o olhar em alvo, sorri, desconcertado, e confirma: "Nódoas negras?". E tu que sim. E insistes: "Nódoas negras". Pausa para observares o pânico-apreensão-incredulidade. Só lhe sai "Mas". E depois, "Mas... como?". "Eu tenho nódoas negras...", dizes, com o ar mais natural que encontras (só faltando desatar a assobiar a melodia d'A ponte do Rio Kwai). "É para si?", pergunta o já esbugalhado aprendiz de feiticeiro. "É. Para as minhas pernas". Depois desta revelação, precisas de mais uma pausa de, vá, milissegundos, para apreciar o brain freeze que provocaste — talvez se questionasse intimamente, Chamo a polícia? | Chamo a carreta do manicómio, e eles que tragam o colete? | Chamo a Segurança Social? | Quem raios tem competência para tomar conta disto? —, e só depois te sentes com à vontade para lhe contar toda a verdade: "Quando vou ao médico picar os derrames, fico com nódoas negras. Preciso de levar Thrombocid, se faz favor".
[Também podia ter dito que pago a um médico para me espontapear, mas, como depois tenho vergonha das marcas, disfarço-as com pomada.]
E ele fixa o olhar em alvo, sorri, desconcertado, e confirma: "Nódoas negras?". E tu que sim. E insistes: "Nódoas negras". Pausa para observares o pânico-apreensão-incredulidade. Só lhe sai "Mas". E depois, "Mas... como?". "Eu tenho nódoas negras...", dizes, com o ar mais natural que encontras (só faltando desatar a assobiar a melodia d'A ponte do Rio Kwai). "É para si?", pergunta o já esbugalhado aprendiz de feiticeiro. "É. Para as minhas pernas". Depois desta revelação, precisas de mais uma pausa de, vá, milissegundos, para apreciar o brain freeze que provocaste — talvez se questionasse intimamente, Chamo a polícia? | Chamo a carreta do manicómio, e eles que tragam o colete? | Chamo a Segurança Social? | Quem raios tem competência para tomar conta disto? —, e só depois te sentes com à vontade para lhe contar toda a verdade: "Quando vou ao médico picar os derrames, fico com nódoas negras. Preciso de levar Thrombocid, se faz favor".
[Também podia ter dito que pago a um médico para me espontapear, mas, como depois tenho vergonha das marcas, disfarço-as com pomada.]
Isso teria ainda mais impacto se tivesses entrado de óculos escuros e manga comprida num dia daqueles de 40 graus...
ResponderEliminarSofro sempre deste mal, que é o de me esqucer sempre do enquadramento perfeito. Mas não poderia "criar" a ambiência dos 40 graus, porque isto se deu ontem...
EliminarFarmacêutica não sou, mas visto a ignorância dela... Para as nódoas negras, urgo. É à base de compostos naturais, não é muito caro, não tem um nome grande, consegue encantar a minha pele (que é branca como a lixívia, sensível como sei lá bem o quê) livrando-a do lado negro indesejável e por vezes até sabe ser fresco.
ResponderEliminarFoto do dito cujo para ver se encanta: http://www.urgo.es/sites/all/upload/prod/3D%20ARNICA%20ESP.png?1378820234
Obrigada pela dica, Ana.
EliminarSe resulta, é experimentar para confirmar. A minha mancha com facilidade, exactamente por não ser nem muito clara nem muito escura...
A ideia de Be é genial!!ahahahahah
ResponderEliminarVolta lá no pico do calor assim!!
O menino merece! :)
Eliminar(Vocês são pérfidas :P)