Eu quis ir à bola ver o meu Benfica, mas sem pagar. Afinei os meus contactos, abordei a pessoa certa e a pessoa certa pôs-me em contacto com quem me podia arranjar bilhetes à borla. Note-se que a pessoa certa trabalha comigo e transmitiu-lhe o cerimonial dos títulos académicos todos. Isto só é importante para se perceber o contexto do que veio a seguir. Aprimorei a voz, uma vez que se tratava de um homem e nessas coisas de pedir favorzinhos, nunca se sabe o que nos vem pela frente e mais vale prevenir, seduzindo. A conversa que se seguiu foi só mais uma prova provada da atracção que eu exerço sobre os loucos.
Linda Porca com voz de jantes de liga leve - Boa tarde. Fala Linda Porca, do [escritório, fábrica, mina, trottoir, não vos interessa] da Mafalda. Ela disse-me que o senhor arranjava bilhetes para o jogo de hoje...
Doido - Olá, pá, ´tás boa? Olha, onde é que tu ´tás?
Linda Porca já sem voz de jantes de liga leve - No metro, quase a chegar ao Campo Grande...
Doido - Eh, pá, eu ´tou longe, ´tou em Sintra.
Linda Porca a perder completamente a noção, diz, mas só em pensamentos, porque ainda é uma senhora: "Foda-se, pá, em Sintra? ´Tás longe cumó ca****o, pá!"
Doido - Olha lá, pá, quantos é que queres?
Linda Porca, a entrar na onda do doido - Olha lá, pá, quantos é que consegues?
Bom, resumindo: bola à borla, granda joga, mas um tempo merdoso, porque nem tudo pode ser perfeito e, para isso, já basto eu.
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