19/04/2017

Eu tenho problemas com tudo # 22

A indecisão foi qualquer coisa inventada pelas mulheres, já a outra com a maçã, mordo-não-mordo, dou-lhe-a-morder-não-dou, transformo-isto-numa-metáfora-para-todo-o-sempre-não-transformo...?
Se não, vejamos: sou literalmente compelida a entrar numa lojeca de bairro, que vende umas roupas ao estilo jamé-Salomé (sim, hoje estou bíblica) e uns acessórios tipo bugigangas. E digo "compelida" porque a criatura que está de serviço se encontra à porta, encostada à ombreira, vê o meu interesse relativo por uma pequena bolsa que está na montra — da qual preciso desesperadamente para meter coisas muito pequenas e dar largas à compulsão que me afecta desde a mais tenra infância. (Em miúda juntava todo o meu dinheirinho para comprar porta-moedas, e depois ficava sem ter o que meter lá dentro. E sim, sou uma pessoa normal) —, e chama-me para ver o interior da loja. Vou também atraída por uma coisa branca, qual luz (eu bem digo), pensando que é uma saia branca e gira, mas afinal trata-se de um par de calções daqueles que usam as senhoras da lota. Não sei se por isso ou porque era chata, a mulher colou-se-me ao corpo daquela maneira do futebol e do basquete, que era eu a ir do expositor dos trapos para a montra e ela sempre na minha cola a um ponto em que ponderei mesmo abraçá-la, mas sem a beijar. Uma coisa de não conseguir mexer-me, como nas lojas do xnês.
Se já tenho grandes dificuldades em perceber a mentalidade de quem acha que as fancarias que tem à venda são roubáveis, ainda maiores entraves ao conhecimento me suscita o que ocorre na mona de uma figura que me veio buscar à rua, me obrigou a entrar na loja, quase me arrastando pelos cabelos, praticamente me ameaçando sob arma de fogo, e depois me sujeita àquela tortura que envolve intimidade física, só para que não lhe leve dali sem pagar o artigo de três euros e meio. Ora, vá-se catar, se eu quiser sujar as mãos meto-me na Longchamp* ou na Tous*.

* NMPPI, infelizmente.

10 comentários:

  1. Anónimo19/4/17

    A criatura de serviço encostada à ombreira, se calhar já explica qualquer coisa. Detesto gente cola. É coisa para me fazer sair da loja em três tempos. Eu gosto que me deixem ver, escolher no meu tempo, ora bolas! Longchamp ou Tous, adoro. (Vamos fazer pub como os outros do Jaguar). :) Há dias perdi-me numa Le Pliage. :) Agora anda sempre comigo, pois claro!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Melga peçonhenta. Ainda lhe comprei uma bolsinha porque eu tenho problemas.
      Ai, as malas... a pobre Pepa é uma criança inocente perto de mim. Sou capaz de andar a alface um mês (o que não é propriamente um sacrifício, já que adoro) para poder comprar uma mala bonita :)
      Le Pliage, outra perdição! :)
      (Goza-a com saúde :))

      Eliminar
  2. Detesto gente assim, roubam-me a boa onda. Aqui num hiper que não vou referir que começa por in e acaba em ché, há um segurança já de idade que segue as pessoas tão disfarçadamente que cada vez que mudas de corredor, lá está ele de mãos nos bolsos a assobiar para o ar, espreitando pelo canto do olho. Mal dele quando vou com macaquito que é vê-lo correr para trás e para a frente para conseguir acompanhar o pequeno ;)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Passo-me completamente. Ainda por cima porque há casos como esse que relatas que nunca sei se não são situações em que um badocha aproveita a sua micro autoridade para perseguir e estar perto.
      Grande Macaquito, é assim mesmo! :)
      Já deixei de ir à loja do chinês, onde dava para a veia da minha necessidade de ver porcarias, exactamente porque me chateava que, mal entrava, lá tinha uma chinoca à perna para além de mil câmaras :)

      Eliminar
  3. Anónimo19/4/17

    E então se os "cheneses" (citando as personagens da Ana Bola) são desconfiados. .. psrecem perdigueiros :)
    Empregados(as) de lojas: todo um mundo alternativo :)
    AL

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Estou em crer que os donos das lojas gastam mais em ordenados destes cães de fila do que representa o efectivo prejuízo com os roubos. Quanto aos chineses, é mesmo por desconfiança enraizada. Eles não conseguem perceber quantas unidades lhes faltam e de quê. Ouvi eu a um inspector das finanças que é impossível inventariar uma loja daquelas: é tudo à tonelada e a perder de vista.
      Enfim. O bom julgador por si se julga :)

      Eliminar
    2. Anónimo19/4/17

      Quem muito desconfia... :)
      Há tempos aconteceu-me o seguinte numa loja de chineses: um senhor de idade pediu uma factura e a chinesa perguntou-lhe o nome. Era Francisco com mais três apelidos. A fulana ficou parada a pensar e a seguir estendeu-me o teclado do computador para eu escrever o nome do cliente :)
      AL

      Eliminar
    3. Eu também pus uma chinesa a passar-me factura de dois bagulhos porque ela tinha maltratado uma senhora à minha frente. Despejei-lhe um ror de apelidos para cima, até lhos soletrei um a um.
      Mas adianta zero, porque eles estão isentos de IVA por 2 anos e ao fim desse tempo mudam o nome à loja e siga para mais 2 anos de isenção.
      :)

      Eliminar
  4. Odeio. Gosto muito do comercio tradicional em tudo, menos em roupa e bugigangas. Prefiro entrar ver e escolher sem ser interpelada.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sobretudo não por uma *segurança" deste género.

      Eliminar