02/05/2016

É tão pouco blogger da minha parte # 8

Ela tem um job, que não é um emprego, como milhares de jovens da idade dela: para fazer face às suas despesas pessoais, para ajudar em casa, para estar ocupada no imenso tempo livre que os mestrados, estruturados da forma como estão, deixam. Também não é por esse facto que deve ser tratada de forma diferenciada, mas sim porque é uma pessoa, e só esse factor é argumento suficiente — fora todos os restantes, como seja o da especial delicadeza de gesto e modo que lhe é inerente e intrínseca — para que deva ser bem tratada. 
Porém, como em todos os lugares, há pessoas e Pessoas. E nós todos, pela vida fora, e no dia-a-dia, encontramos as duas categorias. E também pertencemos, umas vezes a uma, outras vezes à outra, seja qual for a que nos domina na maior parte do tempo. Ou será aos olhos dos outros que somos encarados como bons ou como maus, consoante as lentes que puseram naquele dia. Isso, não sei, nem me apetece saber. Eu sou das más, quando as coisas me tocam na carne da minha carne.
———
Serviu a mesa dela com o mesmo cuidado com que serve todas as outras — que, do que lhe conheço, e é tanto, terá sido sem subserviência, que a essa não há lugar, mas com rectidão e simpatia. No entanto, estava diante de uma pessoa que, durante toda a refeição, deixou claro que estava em busca de um motivo. Que esperou que acabasse o turno dela, fosse despir o avental da farda, para, ao vê-la passar em direcção à porta, lhe (pedir?) mandar: Pode-me dar os guardanapos?
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Eu sou só mãe, e não posso fazer nada. 
Mas uma cadeira bem enfiada pelos cornos abaixo de figuras destas (então, se pudesse ser eu a fazê-lo...), na hora exacta, ia saber-me que nem ginjas.


4 comentários:

  1. Anónimo2/5/16

    Há pessoas absurdamente estúpidas...

    É que uma coisa é ser estúpido inadvertidamente, coisa que me acontece com bastante frequência e que quando eu me dou conta só tenho um comentário para comigo mesmo: Ca estúpido!
    Mas ser absurdamente e inequivocamente estúpido de forma propositada...
    ...é mesmo de levar com uma cadeira pelos cornos abaixo!

    :)

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    1. Mas a mim também me acontece, e costumo procurar remediar o mal, ou simplesmente pedir desculpas. Com intenção, normalmente, é mais raro.
      A mim provocam-me instintos animalescos. Se o fizessem comigo, era diferente: eu sei defender-me melhor :)

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  2. Anónimo2/5/16

    eu vou aí ajudar. em vez de uma cadeira, duas! há pessoas, a quem falta essa cadeira para exercer!
    boa semana.
    beijinhos

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    1. Uma esplanada inteira, Mia. Estas pessoas despertam o que de pior há em mim.
      Obrigada :)
      Boa semana e beijinhos

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