Na mala, nem vos conto. Eu própria não sei. Sei apenas que nada sei, e também que são muitos rebuçados, pois que, cada vez que vou buscar sushi, enfio a manita lá naquele aquário que eles têm, cheio de flocos de neve, e sinto que roubo, tamanha é a quantidade que tão delicada e pequena manapulinha é capaz de açambarcar de uma só investida. Depois, é um mundo de coisas doces e amargas, mas acho que nada podre, senão cheirava.
Vem isto a propósito de ter estado há pouco a proceder à recolha do lixo em meu boi. Não sei como se chama aquela espécie de caixa ao pé da manete das mudanças, abaixo do rádio, do ar condicionado [gajas. Tinha que dizer que tem AC, senão já nem dormia descansada esta noite] e daquela prateleirazinha, que fica imediatamente antes do cinzeiro — que, por sua vez, é fiel depositário de toda a escumalha e pequenos detritos que uma pessoa vai acumulando — que, conforme o verbo indica, como uma mula, e até ao cume.
Então, encontrei, não necessariamente por esta ordem:
- Um papelinho de uns que dizem que passam por mim, não no Rossio, mas onde eu estiver alojada no momento. Logo a mim, que adoro passar a ferro (e isto, para variar, não é uma ironia daquelas minhas, mas é iron);
- Um papelinho de um senhor que diz que compra o meu carro, mas que, para meu descanso, deixou papelinhos iguais em todos os pára-brisas da minha rua, a dizer COMPRO USADOS, mesmo que as matrículas digam 16-05. Também aprecio o facto de estes senhores se chamarem todos SR. ou SENHOR (tende piedade de nós);
- A embalagem vazia de um pacote de bolachinhas;
- O arame de fecho de um pacote de bolachas à séria;
- 6 bocados de fio dental — isto preocupa-me deveras: será que procedo à minha higiene oral em pleno andamento? É que, sendo uma senhora como sou, reparem, é certo que não o faço nos semáforos (esses, reservo para sms e bocados de post). Portanto, se é com o carro em andamento que limpo a dentuça, e, para tanto, necessito das duas mãos, olhem, nem quero pensar. Deve ser com os joelhos, como o Toy. # soumalôuca;
- 5 papelinhos da EMEL, 3 amachucados (também me dá a raiva) e 2 com anotações de uma importância tão extrema, que foram todos parar à papeleira municipal na mesma;
- 3 post-its que deveriam estar na minha mesa de trabalho. Assim, como fugiram à regra, castiguei-os, dando-lhes o destino do restante lixo;
- Uma conta de supermercado, cujas letras (e números, sobretudo) já o tempo, o sol e o vento comeram. Lá se me vai a contabilidade e a regra das partidas dobradas ao ar;
- Um cabo, que eu não sei para o que serve, mas esse trouxe-o para casa, para ignorá-lo por mais uns anos — que é o que faço com tudo o que não percebo.
É melhor eu não falar nisto!
ResponderEliminar:)
Eu revejo-me naqueles programas dos acumuladores. Devia preocupar-me? :)
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