A minha relação com Ai-fostes está prestes a completar três meses e ainda não o deixei cair ao chão. Disse bem, ao chão, pois pelos ares já ele me caiu das mãos e depois voou, qual pássaro doido, só não tendo aterrado de papo porque o agarrei antes disso, parecia eu uma basquetebolista da WNBA, mas em bom, porque vá que não me deu para o encestar, ou mesmo afundar.
No entanto, hoje, após ter escrito o comovente parágrafo anterior, fui dar com ele falecido. E não havia botão, alfinete no buraco da gaveta do sim, ligação à corrente, súplicas e ou lágrimas [já não me lembro bem, mas acho que não cheguei a tanto. Fiquei-me pelas súplicas sob a forma de vernáculo intranscritível num espaço com o nível intelecto-cultural deste aqui assim] que o acordassem para a vida. Corri com ele nos braços e questionei uma bela rapariguinha que, por acaso, fui eu que fiz, se já lhe tinha sucedido o mesmo, ao que ela me respondeu, extremamente calma, que sim. Que tal se deve ao sobreaquecimento e que, provavelmente, eu havia abusado muito dele. [Palavras dela, sic.] Ora, pois que não. Tinha-o quietinho, a dormir uma sesta, pousado sobre um leito, só faltava a mantinha para o tapar e a chupetinha. De repente, do mesmo nada com que se fora, ressuscitou, eu quis gritar "É o milagre de Natal!", mas, tal como nos pesadelos, embargara-se-me a voz e então segui a minha vida.
Foi o primeiro susto com Ai.
Ai, espero que tenha sido o último. A sério, estávamos tão felizes...
Foi o primeiro susto com Ai.
Ai, espero que tenha sido o último. A sério, estávamos tão felizes...
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