Sem qualquer intenção de educar o povo, apenas agindo por impulso, ensinei um maluquinho a ser cavalheiro. Ou não.
Entrei no metro, tive o cuidado de escolher um lugar não reservado e sentei-me. Atrás de mim entrou uma senhora de idade (muita idade, então se eu tenho quase 90 anos e ela ainda era mais velha que eu, imaginem quanta idade ela tinha. Séculos!), que eu já tinha visto na estação, de muletas. Reparei que ela ficou à porta da carruagem, encostada nas costas dos bancos e chamei-a para lhe dar o meu lugar. Ela veio e, imediatamente, o jovem louco que estava sentado à minha frente (e, portanto, de costas para a senhora), levantou-se de um salto e pediu-me desculpas (?):
- Desculpe, eu não tinha reparado.
- Não faz mal [wtf?], eu só reparei porque estava de frente para a senhora.
A senhora sentou-se no lugar dele e ali permaneceu por mais umas 4 estações, até que saiu. O jovem sempre de pé e eu a imaginar que ele, mal apanhasse o "seu" lugar livre de novo, se iria sentar. Nada. Veio outra pessoa e sentou-se. Depois essa pessoa levantou-se e saiu e eu pensei que ele não ia aguentar mais e ia sentar-se. Lugar vago, o jovem de pé. Parecia que o assento lhe tinha picado o cu, tal era a resistência. E então, desatou a oferecer o lugar a toda a gente que ali estava à volta, a chamar todos os que o rodeavam, mesmo até uma mulher gorda que estava lá ao fundo e não tinha necessidade nenhuma de se sentar. O mais anormal da situação foi que o louco chamava as pessoas e ia olhando para mim, se calhar a achar-se merecedor de umas palminhas...
Sem comentários:
Enviar um comentário