02/07/2013

Chouriça

Um dia vou perceber esta coisa da genética e por que é que, se toda a vida me deu nos nervos que a minha mãe trocasse os nomes todos, muito em particular os dos meus amigos, eu faço exactamente a mesma coisa e, ainda por cima, não me irrito comigo mesma. Devo ter um filtro de auto-complacência.

Sabe-se lá como, fixei o nome do escritor Ricardo Adolfo. Ele escreveu "Maria dos canos serrados", que deve ser o melhor livro que li em toda a vida, a par com a "Crónica dos bons malandros". Desses de ler e reler sem nunca nos fartarmos da história. Convenhamos que Ricardo Adolfo não é um nome fácil de decorar, especialmente para uma pessoa que tem um bloqueio grave para fixar mais do que Marias e Joões. Mas, vá lá, ter fixado um nome que até encerra uma pequena aliteração (Ricardo Adolfo), não é muito sintomático, vindo de quem vem. Quis então comprar outro livro do mesmo autor e fui à FNAC, completamente esquecida do título:

- Boa noite. O que é que tem aí do Ricardo Adolfo? Eu queria aquele outro (de notar que eu queria uma alternativa a um livro do qual não disse o título porque, momentaneamente, me esqueci do da "Maria"), que é qualquer coisa da carne assada. 

- "Os chouriços são todos para assar".

- É esse mesmo. Bem me parecia que...


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