29/10/2018

Corr[i]eu bem

Chegámos - o meu sponsor, minha claque, meu coach (que é uma e una persona) - ao local da corrida com uma antecedência de zero minutos, tendo em conta que ainda queríamos cafeinar as cabeças e as veias e eu até pretendia usufruir da aula de aeróbica que a organização fornecia. Esta última saltei-a - não literalmente - pois ficava a vários metros do ponto de partida e separada por grades que, essas sim, não me apeteceu saltar por tão pouco. Fiz o meu aquecimento sem pudor, agacha-agacha-agacha, salta, corre no lugar, volta a agachar, muito mais porque estava um frio assassino (e eu de t-shirt e calções, à campeã) do que porque os músculos estivessem a dormir (que estavam), apesar da hora bónus de sono. 
Deixei muita mulher partir à minha frente, pois não era com elas que ia competir. A ser, seria comigo mesma, que também não era. Vou a estas corridas/marchas por mero e puro altruísmo, porque acredito que é importante participar financeiramente para a causa do cancro da mama, e porque, quantas mais formos, mais seremos da próxima, tamanho é o impacto rosa que, tod@s junt@s, fornecemos ao mundo.

Foto daqui
Talvez isso explique e tenha contribuído para que tenha cortado a meta depois de centenas de gajas. Ou melhor, não foi bem um corte, já que, por qualquer razão que me escapa, não havia nenhuma fita à minha espera, mas acho que esta do corte é a expressão correcta quando se fala de metas. 
Abrandei o ritmo aos dois quilómetros (fraca, eu sei) (mas ó, aos oitocentos metros, começaram a quinar umas quantas), andei duzentos metros, retomei até ao abastecimento (que foi logo a seguir), e depois corri sempre, até parar mesmo, faltava talvez um quilómetro para o fim, porque estava uma senhora caída no chão, muito mal tratada (braço e cara esfolados, em sangue). Quando percebi que já tinham chamado ajuda e ali estavam vários homens (que, não podendo participar na corrida, não têm um tempo a cumprir), continuei, sentindo-me a maior estúpida da m. da Terra e de todos os planetas. Raciocinando friamente: não ficava ali a fazer nada, a não ser a atrapalhar. Mas foi demolidor na mesma, que os meus raciocínios nunca são frios, apesar das baixas temperaturas que se faziam sentir.
Faltavam oito segundos para passar mais um minuto quando avistei a meta, e então dei um sprint e lá passei as barras insufláveis antes que se completasse o tal minuto. Só não o ponho aqui porque era o que faltava. 

Nota muito negativa, tipo um Insuficiente -
Já escrevi algures neste buraco que o percurso do Parque das Nações é uma má ideia para fazer corridas, nomeadamente porque envolve passeios tortos, com buracos, com subidas e descidas, resultado das elevações das raízes das árvores (foi aí que a senhora caiu, junto aos teleféricos), placas de cimento desconexas, e aquela ponte de estacas. Mas o que raio é aquilo, que até réguas bambas tem? Talvez a organização comece a levar nas orelhas da companhia de seguros da prova, infelizmente à custa de acidentes como aquele, e então façam sempre na Av. Liberdade, que, não sendo excelente, é um nada melhor do que a do Oriente.

6 comentários:

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    1. Muito! Mas menos do que na (embora caminhada) anterior, mais do que na próxima! :)

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  2. E eu a pensar que tu ias and[i]ar... :p

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    1. Não, desisti da caminhada. É muito cansativo. Ir ali no meio de uma multidão compacta de senhoras que não andam para a frente e não deixam andar, para além de falarem o tempo todo, não é para mim! :P

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  3. Parabéns, eu não teria coragem (para correr). Abraço quentinho, bem mereces :)

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    1. Terias para correr e muito mais, Be, que eu sei. Mas o abraço quero na mesma :)

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