16/06/2018

Ainda não foi hoje que enlouqueci

Enquanto sentir vidros debaixo dos pés

Na verdade, não sabia que título pôr a isto. E também não tenho nada para dizer, vim cá só varrer os cantos, arejar a casa, ver se está tudo bem.
Mas é verdade que ainda não foi hoje que enlouqueci.
Casa em obras; a viver noutra casa; sem máquina da loiça; um estendal que não comporta uma máquina; empregada de férias [pronto, lá vou perder uma seguidora. Fazei como entenderdes, eu não posso fazer nada contra o facto de ter empregada e de ela, apesar de falar pelos cotovelos, pelos tornozelos e, em geral, por todas as articulações, me dar muito jeito], uma prova para fazer daqui a horas [umas 36, vá, com sono, refeições e trabalho de permeio], acompanhada da sensação certeza de que fui brindada à nascença pela ignorância, e que devia reprovar [aka, repetir a prova], se justiça existisse neste Mundo; trabalho com prazo a correr contra mim, qual locomotiva; depois da chuva em Junho, agora o vento; ontem, numa breve pausa que me impus, comi areia esfoleei os dentes.
Não sei mais de que me queixar para pintar este quadro de ainda mais negro. 
Enquanto sentir vidros debaixo dos pés, foi uma frase por mim proferida, a propósito de uma garrafa de vidro que se estatelou no chão desta minha agora cozinha [uma ou várias desgraças nunca vem/vêm só(s)], e passei a sentir a vidraria moída sob meus chanatos, daí a frase, que tanto gostei de ouvir a mim mesma, que equacionei até a possibilidade de escrever um livro com este título. Só não sei sobre o quê.

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