Dever cumprido, trabalho acabado, vamos lá comemorar isto, e que melhor maneira do que com um vestido novo? É de flores, é de Primavera, tem chovido bastamente até dizer basta, mas foi de flores que me apeteceu vestir hoje, tanto e tanto que me fui assim para o sol tímido da trégua.
Nem sapatos novos, nem um casaco novo, nada mais me dá tanta alegria estrear como um vestido.
E era toda de flores que atravessava a calçada, quando avistei uma menina pequenina, não especialmente bonita, mas linda como o são todas as crianças: era uma flor, ela sim, pousada na relva, cabelos encaracolados ao vento, olhos azuis daquele mar que já me tarda. E, do alto dos seus três anos, dedito espetado na minha direcção, exclamou: "É a mamã!".
Eu, que já tinha o dia iluminado de flores hoje, colhi mais uma braçada delas assim, guardando-as dentro do peito só para mim.
Um dia uma amiga de macaquita que tem uma mãe de quem gosto particularmente, diz-me (à frente da mãe) "Gostava que fosses minha mãe!", fiquei um pouco perdida, sem saber o que dizer e a mãe, com o maior fairplay, diz-me divertida, "Não te preocupes, eu sei o quanto ela gosta de mim mas também sei o quanto gosta de ti!"
ResponderEliminarSenti-me tal como tu, como se tivesse recebido flores.
Esta menina disse à frente do pai. Ele só sorriu e disse “Não é a mamã”, e eu, “Quem me dera” :)
EliminarNão sei que dramas se escondem atrás disto, mas, egoistamente, prefiro pensar que nenhum, que as flores que ela me deu já ninguém mas tira :)
(Aposto que nenhuma das tuas crianças algum dia disse isso a outra mamã, Be :))