21/09/2018

Mihinha

A Mia, minha gata mais velha, foi operada ontem. No sábado demos com um caroço numa maminha, no domingo fez análises e ficou marcada a cirurgia para quatro dias depois. Tirou as maminhas todas de um lado, daqui a quatro ou cinco meses, já com dez anos, tira as do outro. 
A minha Mia nunca teve bom feitio, nunca foi o gato dócil que era a Mel, uma vez mordeu-me a ponto de me deixar uma cicatriz na perna, sempre odiou estranhos, nunca se enroscou nas visitas. Mas também não pediu para ir para a nossa casa, chegou-nos com três semanas, foi alimentada a biberon, tudo por um imperdoável capricho meu. E pode ter sido isso que fez dela desconfiada, insegura, ansiosa. 
(Adoro-a.)
E quebra-se-me o coração vê-la assim, ainda mais sabendo que vai acontecer de novo daqui a meses. 
Não sei como se mede o tamanho do amor que se tem a um animal, mas não deve haver uma régua, sequer uma balança fiel.




16 comentários:

  1. Não há régua, não :/ As melhoras para a pequenina!
    (só por curiosidade, foi esterilizada? a esterilização diminui imenso a probabilidade de tumores na cadeia mamária - soube só agora com a minha segunda geração)

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    1. Bem me parecia, Izzie:/
      (Foi, acho que pelos 2 anos. Até lá, deu para aguentar os cios. Mas a vet disse agora que o ideal é esterilizar antes do primeiro cio, para evitar estes tumores. Vamos esperar pela biópsia... Mas é muito desanimador.)
      Obrigada.

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  2. Como medir o que não para de crescer? Impossível! :)

    As melhores da Mia, querida Blue.

    [O meu Picasso é igualzinho à Mia.] :)

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    1. E eu que nunca tinha pensado nisso assim, Miss Smile? :)

      Obrigada, minha querida.

      (Este tipo, com a mascarinha e as luvinhas brancas, é tão lindo :))

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  3. com um abraço forte, doce Blue.

    «O animal do pranto lambe as sombras de tua mãe e tu recordas outra idade: não havia nada dentro da luz; só sentias a estranheza de viver. Depois vinha o amolador e sua serpente entrava em teus ouvidos. Agora tens medo e, de repente, embriaga-te a exactidão: a mesma fístula invisível está a soar sob a tua janela: chegou o amolador. Ouves a música dos limites e vês passar o animal do pranto.»

    Livro do Frio, Antonio Gamoneda

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    1. Outro, querida flor.

      Assim me sinto, num ano de perdas como está a ser este, Tenho medo, vejo vezes a mais passar o animal do pranto.
      Obrigada.
      Tu és linda.

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  4. Acho que o amor por um animal é também ele infinito. Quando eles estão doentes, nós sofremos também.
    As melhoras da Mia. Vai correr bem.

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    1. É tão duro como se fosse uma pessoa de família, com a agravante que não dá para lhes explicar os tratamentos, nem adivinhar as angústias e as dores.
      Obrigada, Ana. Ela melhorou bastante nestes últimos dias, mas está longe de estar recuperada.

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  5. Li num comentário mais recente que tinhas uma bichinha a convalescer. Vim ler para trás. Gosto tanto tanto de bichinhos, todos, gatos em particular. O meu morreu ha 7 anos e ainda lhe faço o luto. Viajava comigo para todo o lado (na altura vivia nos USA) e tem doutoramento de tanto me ajudar com o meu.

    As melhoras da tua Mia. A minha cadelinha Piggy também teve que tirar as maminhas assim, primeiro de um lado, depois do outro. Tadinhas delas. Mil ronrons.

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    1. E convalesceu bem entre as duas operações?
      Isto é uma preocupação constante. Acho-a demasiado quieta, mal come e está tão magrinha... Espero que quando tirar o vestidinho, volte a ser como dantes :/

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  6. Acho que esteve mais tempo entre as duas operações. A Piggy era uma Cocker Spaniel muito maluquita. Recuperou bem da primeira mas não tão bem da segunda. Entretanto ficou com metastases nos ossos... mas anima. Entre o diagnóstico e morte foram 4 anos e 3 deles muito bons... e claro... era uma cadelinha que em esperança média de vida tinha 14 anos. Os gatinhos tem mais!!

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    1. Temos que esperar para ver. Não a vejo recuperar muito depressa. Não imagino como será ter que repetir isto daqui a 2, 3, 4 meses. Amanhã de manhã estamos autorizados a tirar-lhe o vestidinho, acredito que nessa altura ela anime. Para já, tem sido necessário levá-la à areia e dar-lhe de comer quase à boca. (Na verdade, já usámos uma colher...) Se não, ela simplesmente não sai do mesmo sítio dias inteiros.
      Obrigada, quero mesmo acreditar nas tuas palavras :)

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    2. Não entristecas perto dela. Bichinhos são inocentes como crianças, eles não sabem a gravidade do que lhes acontece... portanto é dar muito miminho, papinhas que ela gosta e boa disposição, a ver se arrebita!

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    3. O que me custa, para além do cenário, é saber que ela não sabe que esta foi a melhor solução para ela. Que deixá-la adoecer mais e depois morrer não era alternativa. Vou continuar a cuidar dela, haja o que houver...

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