14/10/2014

Eu vou comprar a casa da vizinha, mas agora ela já sabe

A vizinha e eu encontramo-nos à porta do prédio que, no fundo, é o tecto de ambas.

- Parece que outro dia percebi que precisa de aumentar a sua casa...

Preciso. Sapatos. Malas. Livros. Não necessariamente por esta ordem (escrevi isto para me armar em intelectual da merda, porque estou mesmo preocupada é com as malas e os sapatos e sou oca como um balão de hélio, só me falta a voz ridícula com que se fica quando se aspira). Nem é tanto roupa, mas também ajuda. Tenho as minhas malas a amolgarem-se umas contra as outras. Os sapatos estão por todo o lado. Não sei se já disse que estou preocupada com as minhas malas e com os meus sapatos. Nem durmo.

- Sim. Sinto falta de espaço.

Esta é a única verdade. E é uma verdade literal e metafórica. Asfixio.

- Sabe, eu não sou uma pessoa muito apegada a casas. E até vendo a minha casa, mas isto está tão mau...

Desatei a ouvir violinos. Não, espera, eu nem sequer gosto de violinos. Piano. I like Chopin.

Pronto. Já só me falta o dinheiro.

(primeira medida a tomar: deitar fora a porcaria do tapetezinho da entrada, onde toda a gente se descalça. Deve tresandar a chulé)

6 comentários:

  1. Estás a um tapete de desalojar a vizinha :D :D

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    1. Sai ela, sai o tapetinho da entrada, sai o escritório na zona sinistra, sai a filha gritona (que é querida, querida, mas berra...), saem as paredes roxas, e também espero que carregue com ela o marido, que esse não tem ponta por onde se lhe pegue, nem para lavar as vistas .D

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    2. Não há lá nada que preste, estou a ver :D Paredes roxas? Porquê, meu Deus? :D

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  2. Agora é que a vizinha começa a fazer barulho todas as noites... :)

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    1. Já faz, a patifinha da filha.
      Elas que não pensem em medir decibéis comigo... :)

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  3. Ah, como eu entendo esse dilema das malas, e dos sapatos( e...dos livros, claro). ;)

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