06/08/2014

Nunca esquecendo

Ando sempre em contramão. Mas calhou um destes dias ler a lírica de Camões, Alma minha gentil que te partiste

(...)
E se vires que pode merecer-te 
Algũa cousa a dor que me ficou 
Da mágoa, sem remédio, de perder-te, 

Roga a Deus, que teus anos encurtou, 
Que tão cedo de cá me leve a ver-te, 
Quão cedo de meus olhos te levou. 


E lembrei-me então o que é que me lembrava:

(...)
E se vires que pode merecer alguma coisa da dor desta perda sem remédio, rogo-te, meu pai, que pronto me leves a vê-lo, que nestes dias as saudades apertam mais este meu coração trespassado pela dor.
Eu só fui mãe deste filho.

Hoje, já não sou mais mãe de ninguém.

(Judite Sousa)


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