09/07/2014

Hoje, mais do que nunca, lamento que os meus Valentes ainda não tenham chegado aos meus pés

Dava uma granda lição de vida àquele granda palerma do meu cunhado.

Ainda cá o tenho atravessado (metaforicamente falando). Isto já dura desde sexta-feira. Estamos em quarta. Até ando semi-remetida ao silêncio, a ver se me passa a raiva, mas como não, venho destapar a tampa (também é metáfora). 

Arrastou-me o magano para um jantar, dizendo que era para ir vestida informalmente, como todos os dias. Até percebo que ele tema que eu, vestida como todos os dias, lhe fizesse sombra à mulher. Mas isso é uma evidência, e cansam-me as pessoas que tentam negar as evidências. Já no carro, numa altura do percurso que não dava para voltar atrás, lá confessou que íamos a um jantar cheio de tios e tias. Porra, pá. Eu de calças encarnadas, top da Lanidor, mil colares da Tous e sandalete de salto alto (Primarkona, liiindas). Arrefinfa-lhe, que isto é o meu informal do dia-a-dia. Mesmo assim, podia ter ido mais chique. Lá chegada, adaptei-me rapidamente à circunstância (uma sunset party em Montes Claros, só mesmo aquele barrão para achar que se pode ir informal para uma cena dessas!), e transformei-me num elemento da brigada do croquete. Saquei de um copo de vinho e ensopei tudo junto, a ver se me esquecia daquele momento. A respectiva do meu cunhado, que calha ser minha cunhada, sem maquilhagem, sem bâton, sem rimmel, sem unhas pintadas, sem perfume, uma cera. E a beber suminho de laranja, ai que santa. A mulher mais bem vestida da minha mesa era simultaneamente a mais feia, a mais gorda e a mais velha. Lindo. O marido colou os olhos em mim e não comeu, de siderado que estava. Apetecia-me piscar-lhe o olho e dizer uma coisa abstracta, do estilo, Não olhe para mim tão insistentemente, eu não sou quem está a pensar. A Bundchen é um pouco mais nova do que eu. Optei pela inconveniência do costume, para quebrar o gelo. Acerquei-me de meu companheiro do lado e disse (alto, pois claro, a acústica da sala era péssima): Ai, amôrrr, qui tédjio. Tem fiumi pornô?. Havia também uma tia daquelas que cerram os dentes a falar, abrem muito os olhos e dizem frases do género Eu adhoro o Ffcisco. Mas repetem aquilo até à náusea. Eu adhoro o Ffcisco. Blegh.

Na próxima sexta vou jantar com o meu afim outra vez. Desconheço por que insiste. Desta vez, o jantar é verdadeiramente informal. Mas era lindo ir de lantejoulas e já poder levar os meus Valent (que, por enquanto, ainda são falsos).

6 comentários:

  1. É para aprender a não subestimar a Linda Porca! A respectiva do teu cunhado deve ser uma seca... Olha, a pergunta que não quer calar: tinha filme pornô?

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    1. Seca. Um ferro, como diria o velho Ega.
      Sem pornô, um jantar do mais banal que queiras imaginar. Não percebo por que é que a minha vida adulta está a ser esta chatice pegada.

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    2. Tens que contagiar o povo e dinamizar essa malta!

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    3. Ou ando a dar-me com o povo errado!

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    4. Ou isso! Olha, não te esqueças de jogar amanhã no euromilhões. Por favor!

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    5. Joguei hoje, com medo de me esquecer amanhã!

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